Uma das estratégias usadas no controle biológico da mosca sul-americana (Anastrepha fraterculus) – espécie de mosca-da-fruta que danifica cultivos na região Sul do país, principalmente maçã e pêssego – é a esterilização de machos por irradiação de raios X ou gama. O procedimento tem como objetivo provocar uma diminuição na população desse inseto na natureza.
A esterilização é considerada uma alternativa econômica ao uso de inseticidas e iscas tóxicas. Antes da irradiação, as pupas (um estágio intermediário entre a larva e o inseto) passam por um processo de controle de qualidade, a fim de identificar e descartar aquelas de baixa viabilidade. O problema é que, tradicionalmente, essa análise é feita manualmente, com base na observação dos atributos morfofisiológicos. Mas, a olho nu, é difícil diferenciar pupas vazias ou mortas de pupas saudáveis – distinções como uma mudança de cor são sutis e podem passar despercebidas.
“Isso pode comprometer a eficiência do controle biológico, uma vez que pupas de baixa qualidade não se transformam em moscas estéreis”, explicou a agrônoma Clíssia Barboza da Silva, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA-USP) em Piracicaba. “A análise manual tem uma margem de erro em torno de 10%”, afirmou. A ideia de otimizar o processo vem sendo colocada em prática pela pesquisadora ao aplicar um método mais seguro e preciso para analisar as pupas de moscas em larga escala de produção.Com a ajuda de um aparelho chamado VideoMeterLab (VML), desenvolvido por uma empresa dinamarquesa, Barboza da Silva e sua equipe conseguem analisar imagens multiespectrais (imagens de um mesmo objeto, tomadas com diferentes comprimentos de ondas eletromagnéticas) das pupas, possibilitando identificar com precisão alterações nos padrões de qualidade das amostras. Leia mais.
Fonte: CENA-USP - 18/03/20
Fonte: CENA-USP - 18/03/20