O desenvolvimento científico de
um país depende principalmente de três coisas, financeiramente falando:
disponibilidade, continuidade e previsibilidade de recursos. Já faz alguns anos
que a ciência brasileira sobrevive com muito pouco ou quase nada desses três
ingredientes; e 2022 não deverá ser muito diferente. O volume de recursos
disponível no orçamento será maior do que em 2021, graças a uma nova lei que
proíbe o contingenciamento de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (FNDCT), mas não o suficiente para compensar as perdas
gigantescas que se acumularam nos últimos anos. Continuidade só existirá se for
ladeira abaixo. E previsibilidade é algo que inexiste no contexto
político-econômico do Brasil atual.
Resta à comunidade científica torcer para que, tratando-se de um ano eleitoral, Jair Bolsonaro sofra um despertar iluminista, torne-se um negacionista de sua própria natureza e resolva apoiar a ciência em seu último ano de mandato. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), liderado pelo astronauta Marcos Pontes, fiel escudeiro do presidente, terá uma quantia substancialmente maior de verbas de livre provimento (discricionárias) para investir em bolsas, projetos e infraestrutura de pesquisa em 2022. (O valor previsto na proposta original do governo era R$ 6,6 bilhões, o que já representaria um aumento de 140% em relação a 2021. Na versão final do orçamento, porém, com os acréscimos e emendas feitos na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, é possível que esse valor ultrapasse R$ 7 bilhões.) Apesar disso, o orçamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que é vinculado ao ministério, deve permanecer estagnado na casa de R$ 1,3 bilhão, com menos de R$ 40 milhões para fomento e menos de R$ 1 bilhão, para bolsas. Saiba mais.
Resta à comunidade científica torcer para que, tratando-se de um ano eleitoral, Jair Bolsonaro sofra um despertar iluminista, torne-se um negacionista de sua própria natureza e resolva apoiar a ciência em seu último ano de mandato. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), liderado pelo astronauta Marcos Pontes, fiel escudeiro do presidente, terá uma quantia substancialmente maior de verbas de livre provimento (discricionárias) para investir em bolsas, projetos e infraestrutura de pesquisa em 2022. (O valor previsto na proposta original do governo era R$ 6,6 bilhões, o que já representaria um aumento de 140% em relação a 2021. Na versão final do orçamento, porém, com os acréscimos e emendas feitos na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, é possível que esse valor ultrapasse R$ 7 bilhões.) Apesar disso, o orçamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que é vinculado ao ministério, deve permanecer estagnado na casa de R$ 1,3 bilhão, com menos de R$ 40 milhões para fomento e menos de R$ 1 bilhão, para bolsas. Saiba mais.
Fonte: Jornal da USP - 22/12/12