15 fevereiro 2023

O novo ranking Qualis, ou o retorno da múmia

No apagar das luzes do governo Bolsonaro, a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) anunciou a versão preliminar do novo Qualis. O sistema, que classifica periódicos científicos em um ranking de categorias, é uma das pedras fundamentais da avaliação de pós-graduações da agência – uma ilha de meritocracia no sistema público brasileiro que determina a distribuição de verbas e bolsas entre os programas do país de acordo com seu desempenho acadêmico. Revisões do Qualis costumam causar estardalhaço na comunidade acadêmica brasileira. É quase garantido que a publicação do ranking vá gerar reclamações sobre a nota recebida pela revista X, ou sobre o periódico Y ter ou não sido incluído. Desta vez, a insatisfação foi suficiente para gerar um abaixo-assinado de pesquisadores em economia e motivar correções na versão preliminar, que deve ser atualizada após o período de consulta pública. Boa parte das críticas parecem justificadas: nos exemplos mais extremos, artigos individuais foram classificados como periódicos e ganharam pontuações altas no ranking. Afora isso, incômodos usuais como a hipervalorização de revistas nacionais e o excesso de periódicos no topo do ranking se somaram a outras criadas pela unificação das classificações por área, o que evidenciou disparidades entre os estratos em diferentes campos da ciência.  Leia na íntegra: Nexo – 15/02/23