No apagar das luzes do governo Bolsonaro, a CAPES (Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) anunciou a versão preliminar
do novo Qualis. O sistema, que classifica periódicos científicos em um ranking
de categorias, é uma das pedras fundamentais da avaliação de pós-graduações da
agência – uma ilha de meritocracia no sistema público brasileiro que determina
a distribuição de verbas e bolsas entre os programas do país de acordo com seu
desempenho acadêmico. Revisões do Qualis costumam causar
estardalhaço na comunidade acadêmica brasileira. É quase garantido que a
publicação do ranking vá gerar reclamações sobre a nota recebida pela revista
X, ou sobre o periódico Y ter ou não sido incluído. Desta vez, a insatisfação
foi suficiente para gerar um abaixo-assinado de pesquisadores em economia e
motivar correções na versão preliminar, que deve ser atualizada após o período
de consulta pública. Boa parte das críticas parecem justificadas: nos exemplos
mais extremos, artigos individuais foram classificados como periódicos e
ganharam pontuações altas no ranking. Afora isso, incômodos usuais como a
hipervalorização de revistas nacionais e o excesso de periódicos no topo do ranking
se somaram a outras criadas pela unificação das classificações por área, o que
evidenciou disparidades entre os estratos em diferentes campos da ciência. Leia na íntegra: Nexo – 15/02/23