22 março 2018

Como usar imagens e gráficos da maneira correta

Muitas das ideias centrais que queremos passar em um artigo podem ser expressas melhor como ilustrações do que como textos ou tabelas. Por isso, é fundamental saber como usar imagens, elaborar bons gráficos, diagramas, desenhos e fotos para artigos científicos. Entretanto, muitos pesquisadores não sabem a forma adequada de apresentar figuras e gráficos em um artigo científico.

Figuras são muito caras para as revistas, especialmente para as que têm edições impressas. Portanto, seja econômico. Se o resultado que você quer ilustrar for relativamente simples, tente explicá-lo em texto corrido. Se o resultado for extremamente complexo e tiver várias informações, talvez seja melhor apresentá-lo como tabela.

É importante também identificar o objetivo da imagensou seja, o que se pretende comunicar. O objetivo é demonstrar que a resposta é linear com o estímulo? Ou é demonstrar a reprodutibilidade de um experimento?
As escolhas feitas durante a preparação da imagem (por exemplo, dados apresentados, tipo de gráfico, tipo de escala, região de interesse, etc.) têm o objetivo de evidenciar o significado dos dados. Portanto, essas escolhas devem ser guiadas pelo que estamos tentando comunicar e devem tornar a comunicação a mais clara possível. A imagem não é simplesmente um “lugar onde se colocam os dados”.

Há vários tipos de imagens usadas em artigos científicos, sendo que as principais são os gráficos, os diagramas, as pranchas e as fotos.

Pranchas e fotos são especialmente boas para ilustrar organismos e suas estruturas, sendo úteis em diferentes casos: as fotos dão uma boa noção da aparência real do organismo, enquanto as pranchas (que podem ser desenhos de vários tipos) ajudam a ressaltar estruturas específicas de interesse. Diagramas são excelentes para explicar processos e linhas de raciocínio. Eles também servem para mostrar a relação entre diversas variáveis estudadas, no caso de fenômenos complexos. Gráficos são ótimos para explicar a relação entre duas ou três variáveis.

Além disso, é importante lembrar que, antes de preparar o manuscrito, é essencial ler com atenção as orientações dadas pela revista científica na qual se pretende publicar o artigo. Acima de tudo, é necessário ter constantemente a preocupação em apresentar a informação da forma mais clara possível, o que contribui para o entendimento do artigo em geral.

Fluxos transacionais do conhecimento

Economista diz que a multiplicação das colaborações científicas internacionais começa a criar um sistema de inovação acima dos países

Em estudo publicado em janeiro na revista Scientometrics, um grupo liderado pelo economista Eduardo da Motta e Albuquerque, pesqui-sador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais, mapeou o crescimento das colaborações científicas. Observou-se que o n.º de artigos publicados no mundo, indexados na base Web of Science, subiu de 1,2 milhão em 2000 para 2 milhões em 2015 e ao mesmo tempo a proporção de papers escritos por coautores de países diferentes mais que dobrou, indo de 10% do total em 2000 para 21% 15 anos mais tarde.
O interesse do grupo era mais específico do que medir o crescimento das colaborações. Albuquerque é um estudioso da formação de redes de inovação e de vínculos criados entre universidades e empresas em nível nacional (ver Pesquisa FAPESP nº 234) e seu objetivo era ampliar o escopo desse trabalho para uma escala global, analisando as implicações da formação de redes de produção de conhecimento, que reúnem grupos de pesquisa de países diferentes trabalhando em parcerias com empresas locais ou transnacionais. Para tanto, sua análise deteve-se sobre o crescimento das ligações entre pares de pesquisadores de países distintos embutidas nas assinaturas dos papers produzidos entre 2000 e 2015 – cada artigo com autores de várias nacionalidades contém múltiplas conexões desse tipo. O resultado foi impressionante: essas ligações bilaterais cresceram 13 vezes de tamanho, aumentando de 545 mil em 2000 para mais de 7 milhões em 2015. Na entrevista a seguir, Albuquerque fala dos benefícios e dos desafios gerados pelo avanço dessas interações e expõe uma das conclusões do artigo, segundo a qual o aumento das colaborações está formando os rudimentos de um sistema de inovação de caráter internacional, que opera em paralelo aos sistemas nacionais e cria tensões com eles.  Leia mais

21 março 2018

Novas revistas da Nature disponíveis na USP – Trial até 10 de maio de 2018


Trials para os novos títulos Nature Catalysis, Nature Electronics & Nature Sustainability estão disponíveis aos usuários da USP até dia 10 de maio de 2018, lembrando que a edição nº 1 
dos três títulos estarão disponíveis para acesso durante todo o calendário 2018

Nature Catalysis reúne pesquisadores de toda a química e campos relacionados. A revista tem um interesse particular no trabalho aplicado que avança no nosso conhecimento e informa o desenvolvimento de indústrias e processos sustentáveis, fornecendo uma revista única para cientistas, engenheiros e pesquisadores da academia e da indústria. 

Nature Electronics publica pesquisas fundamentais e aplicadas em todas as áreas da eletrônica, desde o estudo de novos fenômenos e dispositivos, até o projeto, construção e aplicação mais ampla de circuitos eletrônicos. Abrange também os aspectos comerciais e industriais da pesquisa eletrônica. Em essência, a revista está preocupada com o desenvolvimento de novas tecnologias e a compreensão do impacto desses desenvolvimentos na sociedade.
Nature Sustainability publica uma pesquisa original significativa de uma ampla gama de áreas de pesquisa que incluem ciências naturais, sociais e engenharia sobre sustentabilidade, suas dimensões políticas e possíveis soluções. Parte da missão da revista é facilitar o diálogo interdisciplinar sobre questões de sustentabilidade e reduzir o fosso entre pesquisa e formulação de políticas para garantir o impacto real da pesquisa.

Estão abertas as inscrições para o Prêmio Tese Destaque USP

O autor da Tese Destaque USP 2018 receberá um prêmio no valor de R$ 10 mil e seu orientador, um prêmio de R$ 5 mil

Estão abertas as inscrições para o Prêmio Tese Destaque USP, oferecido pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação, com o objetivo de reconhecer e premiar as teses de Doutorado de destaque defendidas nos Programas da USP, em todas as áreas do conhecimento, e estimular a constante busca pela excelência na pesquisa.
O autor da Tese Destaque USP receberá um prêmio no valor de R$ 10 mil e seu orientador, um prêmio de R$ 5 mil, como recursos para custeio. Também serão concedidas duas menções honrosas.
São elegíveis as teses de doutorado defendidas na USP entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de dezembro de 2017, em cada uma das nove grandes áreas do conhecimento: Ciências Agrárias; Ciências Biológicas; Ciências da Saúde; Ciências Exatas e da Terra; Ciências Humanas; Ciências Sociais Aplicadas; Engenharias; Letras, Linguística e Artes; e Multidisciplinar.
Os trabalhos serão avaliados por nove comissões julgadoras indicadas pela Pró-Reitoria, levando-se em conta critérios como originalidade do trabalho, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação e valor agregado ao sistema educacional. As inscrições podem ser feitas até o dia 15 de maio e o resultado será divulgado no dia 19 de agosto.
Caso nenhuma tese atinja os patamares mínimos exigidos em cada critério de premiação, pode-se decidir pela não atribuição do prêmio.
Atualmente, a Universidade oferece mais de 220 programas de Pós-Graduação que contam com quase 30 mil alunos, dos quais 13 mil de Doutorado. Veja a série de entrevistas com os ganhadores do Prêmio em 2017.
O Prêmio Tese Destaque USP foi entregue pela primeira vez em 2011, para celebrar os 100 mil títulos da Pós–Graduação da Universidade e como uma forma de reconhecer a qualidade de seus alunos. Naquele ano, foram distribuídos 30 prêmios. Devido ao sucesso da iniciativa, o prêmio foi institucionalizado através da Resolução CoPGr 6423, de 27 de setembro de 2012.
Mais informações sobre as inscrições para o prêmio podem ser obtidas na página da Pró-Reitoria.

Experimente a nova plataforma Wiley


Wiley Online Library migrou para a nova plataforma, alimentada pela Atypon, fornecedora líder de plataformas de publicação acadêmica, que fornecerá aos pesquisadores um conjunto poderoso e abrangente de recursos para descobrir, acessar e usar os recursos digitais.
Caso possua uma conta pessoal da Wiley Online Library, saiba que ela será migrada para a nova plataforma. A única coisa que não irá migrar serão as buscas salvas e artigos favoritos. Visite o site da Wiley para saber mais sobre as mudanças e descubra recursos que podem ajudá-lo ainda mais. goo.gl/u9mFpw


Na ponta do lápis

Orçar bem os custos de um projeto de pesquisa pode ser decisivo para obtenção de financiamento

Um aprendizado que se impõe a todo pesquisador desde o início de sua carreira é o da necessidade de financiamento para desenvolver projetos com qualidade e certa tranquilidade. No entanto, em um cenário acadêmico cada vez mais competitivo, e de recursos escassos, não basta elaborar uma proposta consistente e inovadora. É preciso também ter clareza sobre quanto cada projeto, em suas distintas etapas, irá custar. “Uma estimativa orçamentária criteriosa é fundamental quando se busca financiamento para um projeto de pesquisa”, afirma a bióloga Lúcia Lohmann, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP).
Nos últimos anos várias instituições, sobretudo dos Estados Unidos, lançaram manuais com orientações sobre como estimar e justificar os custos de um projeto. É o caso da Escola de Artes da Universidade de Nova York, que publicou um guia sobre como elaborar uma proposta de orçamento de pesquisa, e da Universidade Dartmouth, que dispõe de um manual dedicado à importância do financiamento na elaboração de um projeto de investigação científica.
Elemento-chave de qualquer solicitação de subvenção científica, o orçamento é a expressão quantitativa de um plano financeiro acerca das despesas futuras de um projeto de pesquisa. “Entre outras coisas, uma proposta orçamentária bem detalhada também indica aos avaliadores que o pesquisador se empenhou na elaboração de seu projeto e tem clareza de todas as etapas e componentes necessários para cumprir seus objetivos”, avalia Lúcia. A bióloga é hoje responsável pela coordenação de vários projetos, sendo o principal desenvolvido no âmbito da cooperação entre os programas Biota-FAPESP e Dimensions of Biodiversity, da National Science Foundation (NSF), principal agência norte-americana de fomento à ciência.  Leia mais

20 março 2018

Para prevenir novas crises

Documento propõe mudanças em práticas de pesquisa a fim de reduzir a publicação de artigos cujos resultados ninguém consegue repetir

A Real Academia de Artes e Ciências da Holanda lançou um documento propondo mudanças em práticas de pesquisa a fim de enfrentar o que se convencionou chamar de “crise da reprodutibilidade” – uma sucessão de casos de artigos científicos que caíram em descrédito por seus resultados não terem sido confirmados em experimentos subsequentes. As recomendações do relatório divulgado em janeiro, intitulado Estudos de replicação – Melhorando a reprodutibilidade nas ciências empíricas, buscam aumentar o rigor com que o trabalho científico é realizado e apoiar pesquisadores interessados em verificar resultados obtidos por colegas. Uma das propostas apresentadas consiste em estimular o financiamento de estudos voltados para ratificar outros estudos, seguindo o exemplo da Organização Holandesa para Pesquisa Científica (NWO), que destinou no ano passado € 3 milhões a um programa-piloto para projetos dessa natureza. As sugestões também incluem reforçar o treinamento de cientistas e estudantes em tópicos como desenho de experimentos e análise estatística, e incentivar periódicos científicos a publicar pesquisas que não confirmaram as hipóteses testadas ou então chegaram a resultados nulos.
O relatório enumera 20 diferentes razões para uma pesquisa chegar a resultados não confirmáveis. A maioria está relacionada a questões metodológicas, como falhas no controle de vieses, conclusões baseadas em amostras restritas ou falta de rigor estatístico na interpretação de dados. Na origem do problema, também há vícios na forma de reportar resultados, como selecionar dados favoráveis à hipótese da pesquisa, omitindo os negativos, ou modificar a proposta original de modo a adaptá-la às conclusões obtidas.  Leia mais 

Disseminação desigual

Reúso de informações científicas ainda é baixo e varia de acordo com a área do conhecimento

O reúso de dados de pesquisa vem crescendo, mas ainda está longe de se consolidar no ambiente científico. A prática, que consiste em fazer estudos aproveitando dados gerados em experimentos anteriores de outros pesquisadores, dissemina-se mais efetivamente nas ciências exatas e biológicas, enquanto enfrenta resistência nas ciências sociais. Em geral, os pesquisadores que trabalham com informações obtidas por meio de modelos computacionais ou sensores remotos se sentem mais confortáveis em reaproveitar dados de terceiros. Essa é uma das conclusões de um artigo publicado na revista PLOS ONE pela cientista de dados Renata Curty, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná.
Com base nas respostas de 595 pesquisadores de diferentes disciplinas e países, ela e seus colaboradores avaliaram o grau de disseminação do reúso de dados e a percepção dos fatores que estimulam ou desencorajam a prática. Uma curiosidade é que essa análise se baseou em dados reutilizados. A fonte original foi mais de mil questionários respondidos por pesquisadores entre outubro de 2013 e março de 2014 no âmbito do Data Observation Network for Earth (DataONE), projeto da National Science Foundation (NSF).
Renata estuda a percepção acerca do reúso de informações científicas desde o doutorado na Universidade de Syracuse, nos Estados Unidos. À época, ela verificou que os pesquisadores das ciências sociais enxergam consequências potencialmente prejudiciais associadas à reutilização de dados. “Muitos têm receio de violar questões éticas ou de confidencialidade estabelecidas entre os sujeitos da pesquisa e investigadores”, ela explica. Outra preocupação diz respeito ao risco de má interpretação ou uso incorreto das informações originais. A opinião dos cientistas sociais sobre reaproveitamento de dados também é fortemente influenciada pelo próprio campo de atuação, que privilegia a produção de conhecimento novo. “Trabalhos que reutilizam dados são considerados menos autênticos e de menor impacto”, afirma.    Leia mais

19 março 2018

Fotos sobre ciência podem ser inscritas em exposição da USP

Imagens devem ser enviadas até 16 de abril; exposição “Visões da Ciência” é organizada pela Esalq

Até dia 16 de abril estão abertas as inscrições para a exposição fotográfica "Visões da Ciência"organizada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) no Campus da USP em Piracicaba.
A iniciativa apresenta trabalhos fotográficos, de amadores e profissionais, que retratam experimentos em laboratório ou em campo, registros em microscópio óptico ou eletrônico, em salas de aulas e viagens didáticas, entre outros locais com paisagens, pessoas, animais, plantas e suas partes.
Esta é a terceira edição da exposição, que busca incentivar a divulgação de pesquisas científicas por meio da linguagem visual, promover reflexões sobre as práticas científicas no cotidiano das pessoas, e estimular o uso da fotografia na área científica.
Apresentada em expositores de vidros (1,75 m x 0,80 m) dispostos ao ar livre, a exposição será inaugurada dia 3 de junho e permanece aberta 24 horas durante todos os dias da semana, por tempo indeterminado.
O regulamento para envio de fotos para exposição deve ser acessado no site.
Mais informações no site http://www.esalq.usp.br/visoesdaciencia/

Acesse: goo.gl/zQY29N


Iniciação científica é o primeiro passo para se tornar pesquisador

Infográfico traz as principais informações para estudantes de graduação que desejam desenvolver pesquisas.  Acesse: goo.gl/TFmwP6




16 março 2018

Extraindo um artigo de uma tese

Sua tese está pronta, e agora você pretende escrever um artigo, ou vários, a partir dela. Embora ambos contenham seções semelhantes, nem pense em simplesmente copiar e colar!! Reescrever algumas partes será necessário. Listamos algumas diferenças, entre uma tese e um artigo, que esperamos possa lhe ajudar nessa tarefa. Mas não se esqueça: Antes de começar a escrever, leia sempre as orientações para os autores que a publicação disponibiliza.


Você pode escalar uma "montanha de livros" nesta gigantesca biblioteca na China

A biblioteca The Tianjin Binhai, na China, de cinco níveis tem um espaço total de 33.700 metros quadrados. Possui estantes de chão a teto e terraços capazes de armazenar 1,2 milhões de livros, e uma grande e luminosa esfera no centro que serve como auditório com capacidade para 110 pessoas. A biblioteca é apelidada de 'The Eye' porque a esfera, que aparece como uma íris, pode ser vista do parque fora através de uma abertura em forma de olho. 
Na primeira semana após o dia da abertura, aproximadamente 10 mil pessoas por dia vieram, fazendo filas fora.
Os pisos primeiro e segundo contêm principalmente áreas de estar e salas de leitura. Os pisos acima possuem salas de informática, salas de reuniões e escritórios. Há também dois pátios na cobertura. Por uma decisão de completar a biblioteca rapidamente, o átrio principal não pode ser usado para armazenamento de livros; as salas que fornecem acesso aos níveis superiores de prateleiras não foram construídas e as espinhas de livros foram impressas nas costas do espaço da prateleira para as fotografias do dia de abertura.
A biblioteca foi projetada pela empresa de arquitetura MVRDV, com sede em Roterdam, juntamente com o Instituto de Planejamento e Design Urbano de Tianjin (TUPDI), um grupo de arquitetos locais. Abriu em outubro de 2017.


Confies lança rede de canais online de apoio à inovação

A Rede TV Confies é uma plataforma virtual de canais que divulgará ações dos diferentes projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação gerenciados por fundações de apoio
O Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies) lança, nesta quinta-feira (15), às 15h, a Rede TV Confies de apoio à Inovação, que poderá ser acessada livremente pelo site www.tvconfies.confies.org.br. Trata-se de uma plataforma virtual de canais que divulgará ações dos diferentes projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação gerenciados por fundações de apoio.
Segundo o presidente do Confies, Fernando Peregrino, a ideia surgiu da necessidade das fundações de divulgar os seus trabalhos para a sociedade. “Há um grande desconhecimento da sociedade e, de certas instituições, do papel das fundações de gerenciar mais de 20 mil projetos de pesquisa por ano. Felizmente a internet oferece tecnologia suficiente para montar uma rede de televisão sem grandes burocracias”, explica.
Utilizando a tecnologia over the top (OTT), como se denominam os serviços de áudio e vídeo pela internet, dos quais os mais conhecidos no Brasil são Netflix e iTunes, inicialmente, a Rede TV Confies contará com a participação de 15 fundações de apoio às instituições de ensino e pesquisa espalhadas por todas as regiões do País.
Peregrino observa que hoje as 93 fundações que o Confies representa contam com cerca de 5 mil colaboradores espalhados pelo Brasil e que precisam de informação. “Na Rede de TV vamos oferecer, além de palestras, cursos modulares”, afirma.  Ele conta que no ano passado o encontro nacional das fundações reuniu 300 pessoas, mas muitas outras não compareceram por conta do alto custo de deslocamento. “Com a Rede, isso vai mudar, porque a informação vai chegar pela internet”.
Para o presidente do Confies, a rede de canais significa uma quebra de paradigma que colocará o Conselho na vanguarda do sistema de ciência e inovação. “É uma rede de apoio ao desenvolvimento da inovação. Afinal, muitas tecnologias desenvolvidas nas universidades sequer são conhecidas de empresários, governos, agentes públicos e outros usuários e, portanto, nunca se transformarão em novos produtos e serviços”, ressaltou.
A plataforma será uma rede horizontal, descentralizada e compartilhada que disponibilizará para a sociedade os milhares de projetos de pesquisa e inovação.
“Para se ter uma ideia, por ano são 22 mil projetos de pesquisa geridos pelas fundações, os quais envolvem mais de 60 mil colaboradores e bolsistas. Certamente não é justo que esses projetos fiquem aguardando a boa vontade editorial das mídias para serem conhecidos da sociedade. Além do que os projetos de fundações localizadas fora do eixo dos grandes centros dificilmente encontrarão espaço na mídia convencional”, acrescentou Peregrino.

10 perguntas e respostas para facilitar a rotina acadêmica

Entender o universo científico não é tarefa fácil, até mesmo para quem está inserido nesse mundo há algum tempo. São muitas siglas, nomenclaturas e organizações envolvidas. A boa notícia é que existem investimentos para facilitar o dia a dia, como o Portal de Periódicos da CAPES.
O fato é que quanto mais buscamos informações, mais questionamentos aparecem. Posso submeter minhas produções científicas ao Portal de Periódicos? O que é o Currículo Lattes? Para que serve o código ISSN? 
Chegou a hora de esclarecer essas e outras temáticas que geram dúvidas na comunidade acadêmica.  Leia na íntegra

14 março 2018

Ciência é investimento... Mas em quê? O desafio da comunicação e disseminação científica

A defesa de C&T é um discurso amplamente aceito no plano teórico-abstrato, mas que se mostra difícil de ser legitimado concretamente. E a dificuldade se dá não pela ausência de resultados – que são muitos, mas porque muitas vezes não conseguimos expressá-los claramente para a população. Falta-nos uma cultura de diálogo com a sociedade, não sentimos que devemos satisfação àqueles que financiam nossos trabalhos. O Brasil titulou em 2016 cerca de 60 mil mestres e 20 mil doutores. É imperativo questionar quantas dessas dissertações e teses foram conhecidas por pessoas além da banca de defesa. Quanto conhecimento produzido poderia enriquecer nossa compreensão em diversas áreas, mas permaneceu trancafiado por fórmulas e jargões científicos nas bibliotecas universitárias?
Explicar as raízes desse traço cultural é tarefa complexa que transcende este artigo. Algumas hipóteses que vêm sendo debatidas são a ausência de treinamento específico em comunicação de resultados e a abordagem paternalista e autoritária do discurso científico destinado ao público geral. Olhando para o caso brasileiro, percebe-se que o debate circunscrito ao círculo de iniciados é uma característica que perpassa todas as etapas da vida profissional do pesquisador. Como bolsistas, nossos produtos são na maior parte dos casos relatórios e artigos para uma audiência seleta e altamente especializada. Como professores ou pesquisadores, nossas metas e resultados são mensurados por publicações e apresentações em periódicos e eventos científicos.  Leia mais
Daniel Colombo - Doutor em Economia do Desenvolvimento pela USP, membro da carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Ministério do Planejamento, e atualmente sou pesquisador no INEP/MEC (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira)

Dando os créditos devidos em publicações com vários autores

Manuscritos acadêmicos geralmente possuem diversos autores. Novas colaborações entre diversas disciplinas científicas e regiões geográficas levaram ao aumento do número de artigos  com vários autores nos últimos anos, fazendo com que a atribuição devida do papel de colaborador um tópico de importância maior.
Quem fez o Quê? — Uma pergunta cada vez mais importante
Existem diversas maneiras que um pesquisador pode contribuir para uma publicação científica, desde o design da mesma até a condução dos experimentos, análise dos dados ou redação do artigo. Tradicionalmente, o primeiro autor é aquele que contribui mais — e também que receberá o maior crédito. Entretanto, o papel dos outros nem sempre é muito bem definido.  Em muitas áreas de pesquisa, o último autor recebe tanto crédito quanto o primeiro, porque se assume que ele também esteve impulsionando a pesquisa. Entretanto, esta é apenas uma prática informal e está assumpção nem sempre é verdadeira.
Atualmente, a sequência na qual o nome do autor aparece em um artigo pode ser decidida de várias maneiras, pela contribuição, por ordem alfabética, senioridade, ou outros critérios, dependendo do caso. Isto faz com que seja difícil para pessoas de fora da área interpretarem corretamente a lista de autores, tanto em termos das verdadeiras contribuições de cada ou para a avaliação futura de comitês avaliadores.
Colegas, editores, instituições acadêmicas, e agências de fomento estão se tornando cada vez mais interessadas em ver os detalhes individuais de cada contribuição aos projetos de pesquisa. Ranquear o primeiro ou segundo autor em um artigo com dois autores é muito fácil, mas isto se torna cada vez mais complicado conforme o número de autores cresce.  Leia mais