Um aprendizado que se impõe a todo pesquisador desde o início de sua carreira é o da necessidade de financiamento para desenvolver projetos com qualidade e certa tranquilidade. No entanto, em um cenário acadêmico cada vez mais competitivo, e de recursos escassos, não basta elaborar uma proposta consistente e inovadora. É preciso também ter clareza sobre quanto cada projeto, em suas distintas etapas, irá custar. “Uma estimativa orçamentária criteriosa é fundamental quando se busca financiamento para um projeto de pesquisa”, afirma a bióloga Lúcia Lohmann, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP).
Nos últimos anos várias instituições, sobretudo dos Estados Unidos, lançaram manuais com orientações sobre como estimar e justificar os custos de um projeto. É o caso da Escola de Artes da Universidade de Nova York, que publicou um guia sobre como elaborar uma proposta de orçamento de pesquisa, e da Universidade Dartmouth, que dispõe de um manual dedicado à importância do financiamento na elaboração de um projeto de investigação científica.
Elemento-chave de qualquer solicitação de subvenção científica, o orçamento é a expressão quantitativa de um plano financeiro acerca das despesas futuras de um projeto de pesquisa. “Entre outras coisas, uma proposta orçamentária bem detalhada também indica aos avaliadores que o pesquisador se empenhou na elaboração de seu projeto e tem clareza de todas as etapas e componentes necessários para cumprir seus objetivos”, avalia Lúcia. A bióloga é hoje responsável pela coordenação de vários projetos, sendo o principal desenvolvido no âmbito da cooperação entre os programas Biota-FAPESP e Dimensions of Biodiversity, da National Science Foundation (NSF), principal agência norte-americana de fomento à ciência. Leia mais