Durante este período de isolamento, muitos não conseguem trabalhar remotamente, como é o caso de pesquisadores da Universidade de São Paulo. “Há aproximadamente uma centena de grupos de pesquisas destinados a ajudar de alguma forma no combate à covid-19 e suas nuances, com pesquisadores que, inclusive, desviam sua linha de pesquisa para atender a essa necessidade urgente”, comenta o professor Sylvio Accioly Canuto, pró-reitor de Pesquisa da USP, ao Jornal da USP no Ar.
Várias contribuições estão sendo dadas, seja no diagnóstico, na pesquisa de vacinas, seja na produção de medicamentos. Há estações com equipamentos para o exame diagnóstico, o PCR: duas em São Paulo, uma em Ribeirão Preto, uma em Bauru e uma em Pirassununga. “Há, ainda, o auxílio a problemas crônicos, como a dificuldade respiratória. Para essa, produziram os ventiladores mecânicos na Escola Politécnica. Além disso, há os estudos de modelos matemáticos para entender a propagação da doença nas populações, permitindo, assim, o estabelecimento de políticas públicas para o combate ao vírus”, explica Canuto. As pesquisas permitem, ainda, a produção de equipamentos, como o rodo UV, desinfetantes, máscaras, entre outros.
Segundo o pró-reitor, a USP tem clara noção de sua responsabilidade, sabe da importância de desenvolver ciência de qualidade e atacar o problema do coronavírus. Para ele, o enfrentamento disso tem que ser feito por meio da ciência. “Muitos grupos têm seus recursos próprios para fazer pesquisa, mas não são suficientes. No Estado, ainda temos o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), mas, do ponto de vista federal, temos visto uma redução no apoio à ciência e à pesquisa que nós vimos com a redução de orçamento e bolsas de pesquisa”, completa Canuto.
“Abrimos um canal para permitir doações, ajudando no desenvolvimento de pesquisas para obter o recurso financeiro livre de alíquotas, para que possam fazer uso mais rápido dessas doações neste tempo de urgência”, comenta Canuto sobre o programa USP Vida.
Sylvio Canuto finaliza explicando que, com exceção daqueles que mudam um pouco sua linha de pesquisa para ajudar neste momento, “há outras pesquisas em andamento, outros laboratórios de atividades essenciais, como chamamos, que não podem parar, com grupos e pesquisas que não conseguem trabalhar remotamente”. Fonte: Jornal da USP - 08/04/20