07 janeiro 2021

Excelência e relacionamento com a sociedade norteiam ações da gestão em 2020


A despeito da suspensão das atividades presenciais na Universidade desde o dia 17 de março, em 2020, a USP deu continuidade a diversos projetos voltados para a modernização de sua estrutura administrativa e de fomento a parcerias. Durante o ano, os dirigentes da Universidade se reuniram virtualmente em diversas ocasiões para debater questões importantes sobre o andamento da gestão em tempos de pandemia. O tema autonomia administrativo-financeira também fez parte das discussões dos colegiados, já que a USP esteve sob a ameaça de cortes em seu orçamento pelo Governo do Estado. O Conselho Universitário aprovou homenagens a estudiosos importantes da área de ensino superior, da cultura e da pós-graduação. A Comissão de Direitos Humanos promoveu mais uma edição de seu tradicional prêmio.    
Fonte: Jornal da USP - 06/01/21   

06 janeiro 2021

O labirinto do Plano S

Em vigor a partir de 1º de janeiro, iniciativa de acesso aberto reduz ambições e enfrenta incertezas sobre seu alcance

O Plano S, iniciativa para expandir o acesso aberto na comunicação científica criada por instituições de fomento à pesquisa de 17 países, na maioria europeus, entrou em vigor em 1º de janeiro com ambições mais comedidas do que as programadas em seu lançamento, em setembro de 2018. O conceito central manteve-se intacto: se uma pesquisa é financiada com dinheiro público – no caso, com recursos de uma das agências signatárias–, os seus resultados deverão ser divulgados em revistas científicas ou em plataformas na internet às quais qualquer pessoa tenha acesso sem precisar pagar por isso. Já os caminhos para alcançar essa meta se tornaram mais flexíveis, a fim de conciliar interesses de pesquisadores, editoras e organizações de financiamento.
Responsável pelo plano, o consórcio cOAlition S desistiu de banir modelos de negócio tradicionais de periódicos, como a venda de assinaturas ou a cobrança de taxas extras para divulgação de artigos na internet. No escopo original do plano, apenas revistas integralmente de acesso aberto, aquelas que disponibilizam todo o seu conteúdo livremente, poderiam ser adotadas por autores financiados pelas agências signatárias – e se cogitou até mesmo patrocinar a criação de novos periódicos com esse modelo (ver Pesquisa FAPESP nº 276).
Pesquisadores se queixaram de que o plano limitaria sua liberdade de escolher onde publicar. Também houve uma intensa resistência de editoras e sociedades científicas, receosas de perder receitas. Sob pressão, os organizadores do plano transferiram a sua implementação de 2020 para 2021 e suspenderam temporariamente uma série de restrições. O cOAlition S anunciou que seguiria permitida a publicação em qualquer modelo de periódico, até mesmo os de acesso restrito para assinantes, desde que a revista garanta a divulgação de uma cópia revisada do trabalho em algum repositório de acesso aberto logo após a publicação, onde possa ser consultada sem restrições. Mas a flexibilização só vai beneficiar periódicos que celebrem os chamados “acordos de transformação”, por meio dos quais se comprometem a ampliar progressivamente suas atividades em acesso aberto até alcançar 100% dos artigos em 2024. Em troca, ficam autorizados a manter o modelo antigo nos próximos quatro anos, podendo assim receber dinheiro das agências públicas para custear a publicação de artigos em acesso aberto.  
 Veja mais.   Fonte: Pesquisa FAPESP - jan. 2021

Inteligência artificial na revisão por pares

Software aponta possíveis conflitos de interesse envolvendo autores de artigos e pesquisadores que avaliam sua qualidade


A editora suíça Frontiers, que publica mais de 90 periódicos científicos em acesso aberto, desenvolveu um software que utiliza inteligência artificial para examinar artigos e identificar até 20 diferentes problemas relacionados à sua integridade, como plágio ou imagens com sinais de manipulação. O programa chamou a atenção, no entanto, por oferecer um serviço inovador: ele avisa quando os autores de um manuscrito e os editores e revisores que estão apreciando o seu conteúdo já assinaram juntos outros artigos, em uma proximidade que pode tornar a avaliação subjetiva e configurar um conflito de interesses. Denominado Artificial Intelligence Review Assistant (Aira), a ferramenta está sendo utilizada no processo de revisão por pares de revistas da Frontiers com o propósito de fornecer um alerta objetivo sobre interações prévias entre quem produz e quem avalia o conhecimento. Cabe a um juiz de carne e osso – o editor-chefe do periódico, em última instância – arbitrar se esses contatos anteriores afetam ou não a isenção da análise. “É necessário ter apoio tecnológico para verificar em larga escala conflitos de interesse entre autores e revisores”, disse o cientista da computação Daniel Petrariu, diretor de Desenvolvimento de Produtos da Frontiers, no lançamento do programa, em julho.
O Committee on Publication Ethics (Cope), fórum que discute temas relacionados à integridade na ciência, define conflito de interesses como uma situação em que pesquisadores ou instituições científicas têm interesses que concorrem entre si, de caráter profissional ou econômico, de modo que tomar partido de um deles pode comprometer a imparcialidade de suas decisões. A existência de um conflito de interesses, observa o Cope, não é determinante para a ocorrência de má conduta: a despeito de tais circunstâncias, um estudo pode perfeitamente ter resultados válidos e fidedignos. Mas, quando isso acontece, é obrigatório lidar com o problema de forma transparente. Por isso, exige-se que pesquisadores assinem declarações de conflitos de interesse sempre que apresentar um projeto ou publicar um artigo. Fica a cargo do avaliador do projeto ou do leitor do paper ponderar os resultados tendo em mente os interesses envolvidos.   Veja mais.    Fonte: Pesquisa FAPESP - jan. 2021

Ciência de impacto

Lista de pesquisadores com trabalhos altamente citados contém mais brasileiros em 2020

Cresceu o número de pesquisadores brasileiros entre os mais citados do mundo. Foram 19 em 2020, quatro a mais que no ano anterior, destacando-se em áreas como epidemiologia e saúde pública. Os dados constam de um levantamento divulgado em novembro pelo Institute for Scientific Information (ISI), serviço de bases bibliométricas da Clarivate Analytics. Todos os anos a empresa lista os cientistas responsáveis por 1% dos artigos mais citados em 21 áreas do conhecimento. O relatório de 2020 se baseou em trabalhos publicados em periódicos indexados na Web of Science (WoS) entre janeiro de 2009 e dezembro de 2019, e nas citações que receberam no período. Ao todo, 6.389 pesquisadores figuram na relação.

O Brasil, um dos 15 países que mais produzem artigos científicos, ficou na 26ª posição no ranking das nações com mais cientistas altamente citados (ver tabela), consolidando uma tendência de crescimento que ganhou força em 2018, quando a Clarivate adotou uma nova metodologia para contabilizar o impacto dos pesquisadores. Até então, o contingente de brasileiros entre os mais citados restringia-se a, em média, quatro nomes – nem sempre os mesmos. Em 2018, esse número subiu para 13 e, em 2019, para 15. O desempenho do Brasil é tímido quando comparado ao de nações como Estados Unidos e China, mas se destaca na América Latina. O país ficou à frente do México, com quatro pesquisadores na lista de 2020, e da Argentina, com apenas um – desde que a Clarivate passou a fazer esse levantamento, em 2014, o vizinho do Brasil nunca emplacou mais do que três pesquisadores na listagem.   
Veja mais.    Fonte: Pesquisa FAPESP - jan. 2021

Folheie a Pesquisa FAPESP de janeiro 2021

Pesquisadores com filhos querem incluir esse dado na Plataforma Lattes

O projeto Parent in Science, que luta por equidade para pesquisadores e pesquisadoras com filhos, lançou campanha para reivindicar a inclusão de um campo na Plataforma Lattes, para que se possa indicar a condição de maternidade e paternidade. Mantida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a plataforma é o sistema oficial do Brasil para cadastro de cientistas das diversas áreas do conhecimento.

Como representa, basicamente, o cartão de visita dos cientistas no mundo acadêmico e profissional, a campanha tem por objetivo melhorar a avaliação que seus pares fazem sobre seu trabalho. Isso se explica porque muitos deles acabam tendo dificuldades para conciliar os cuidados dos filhos com o desenvolvimento das pesquisas. Em alguns casos, chegam a interromper totalmente a carreira durante certo período.

De acordo com o projeto, a chegada dos filhos pode causar impacto significativo na produção dos pesquisadores, especialmente das mulheres. A desaceleração na elaboração de artigos pode durar até quatro anos, o que, consequentemente, acaba afetando seu currículo e gerando desvantagem em relação a colegas.

Assim, com a possibilidade de sinalizar a parentalidade no Currículo Lattes, recrutadores, universidades e agências de fomento à pesquisa poderão compreender o por quê da queda em sua produção.

“Várias agências de fomento e instituições de ensino e pesquisa já utilizam essa informação em editais de financiamento, processos seletivos, avaliação de progressão funcional e cadastro de docentes orientadores nos PPGs [programas de pós-graduação], ampliando o período de análise do currículo das cientistas mães”, argumentam representantes do projeto, em postagem no Facebook.

Em 2019, o Parent in Science apresentou um pedido formal ao CNPq, mas, até o momento, não foi atendido. A Agência Brasil perguntou ao CNPq se a medida será concretizada e aguarda retorno.    Fonte: Jornal da Ciência - 06/01/21


 

Relatório conecta pesquisas aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU

O levantamento da editora Elsevier fornece uma visão sobre o papel da pesquisa científica no aprimoramento de mudanças sociais

O material fornece uma visão sobre o papel da pesquisa acadêmica no aprimoramento de mudanças sociais. O levantamento serve como um chamado à ação para que a comunidade científica explore os achados e participe do diálogo em torno da ciência para avançar nesses objetivos.
Os principais insights do relatório, segundo especialistas, revelam três pontos chave:
1) Necessidade de focar nas sinergias entre os ODS e adotar uma abordagem holística que envolva gêneros, nacionalidades e disciplinas, com atenção individual a cada objetivo e aos pontos necessários para que as metas traçadas sejam atingidas;
2) Premência de diminuir a distância entre ciência, política e sociedade, uma vez que, de acordo com as Nações Unidas, o mundo não está no caminho certo para atingir nenhuma das metas antes de 2030, o que aponta para a urgência de maior cooperação entre ciência, política e sociedade para garantir que os resultados da pesquisa sejam traduzidos em ações concreta;
3) Urgência de autoridade, pois o conjunto global de pesquisas continua a crescer e especialistas revelam a necessidade de uma liderança forte e eficaz para defender as metas dos ODS. 
Para mais detalhes sobre o relatório, acesse esta página ou clique aqui
Fonte: Portal de Periódicos CAPES - 06/01/21

05 janeiro 2021

Grupo da USP cria mensagens de áudio para combater informações falsas sobre vacinas​

Objetivo do material produzido pela União Pró-Vacina é que as pessoas compartilhem os áudios pelo WhatsApp para fazer frente às fake news que circulam em redes familiares


Formato de fácil viralização, as mensagens de áudio no WhatsApp estão se tornando grandes aliadas contra a desinformação. Integrantes da União Pró-Vacina, grupo de instituições que atua no combate a informações falsas sobre imunização, criaram uma série de mensagens desse tipo explicando e esclarecendo as principais fake news sobre vacinas para disparar na rede social.
Segundo o estudante de graduação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP e guia da ONU no Projeto Halo, Wasim Syed, que também faz parte da União Pró-Vacina, a ideia surgiu a partir de uma análise dos conteúdos recebidos por WhatsApp pelos próprios integrantes do projeto. “Grande parte das fake news que saem sobre vacinas e coronavírus são disseminadas por áudios enviados por pessoas que estão conversando com alguém da família. Isso viraliza muito mais do que vídeos e qualquer informação correta”, diz ele.
A partir dessa constatação, o grupo começou a adaptar conteúdos já postados em outras redes sociais, como o Facebook e o Instagram, para mensagens de áudio. O roteiro padrão inclui a pergunta, a apresentação do integrante que está narrando e a explicação correta, sempre embasada em fontes confiáveis, como revistas científicas.
“O áudio é ainda mais acessível para as pessoas porque ela não precisa saber ler para entender o conteúdo da mensagem. É diferente de um artigo ou um post um pouco maior no Facebook. Um áudio você só escuta. E a linguagem que estamos usando nessas peças é bem simples”, explica Wasim.    Veja mais.    Fonte: Jornal da USP - 05/01/21