Em tempos de cliques e curtidas, a divulgação científica feita em livros se destaca pela capacidade de explorar narrativas e mergulhar em cada assunto
A divulgação científica tem encontrado novos formatos e canais de propagação ano após ano, desde as conversas bem-humoradas registradas em podcasts e vídeos até as breves pílulas de conhecimento espalhadas via redes sociais. Sem contar os tradicionais jornais e revistas, hoje presentes também na internet, que continuam tendo importante papel na popularização das descobertas e discussões do universo da ciência.
A divulgação científica tem encontrado novos formatos e canais de propagação ano após ano, desde as conversas bem-humoradas registradas em podcasts e vídeos até as breves pílulas de conhecimento espalhadas via redes sociais. Sem contar os tradicionais jornais e revistas, hoje presentes também na internet, que continuam tendo importante papel na popularização das descobertas e discussões do universo da ciência.
Neste cenário de tantas possibilidades interativas, instantâneas e de fácil disseminação, engana-se quem pensa que os livros de divulgação científica perdem seu valor ou ficam fadados ao esquecimento nas prateleiras de bibliotecas e livrarias. Talvez seja até o contrário e, em meio aos novos caminhos, a relevância do livro fique ainda mais evidente.
“Apesar da enorme disponibilidade de informação na internet, ficamos perdidos diante de tanto conteúdo de má qualidade, superficial ou de fontes duvidosas. Os livros ocupam um espaço que, por mais que digam que está em extinção, não será substituído”, afirma Germana Barata, pesquisadora na área de comunicação da ciência e professora do Mestrado em Divulgação Científica e Cultural do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), da Unicamp.
Para ela, os meios de divulgação da ciência, por possuírem perfis e demandas diferentes, conseguem conversar entre si e se complementar. “Não se trata de simples concorrência”, defende a pesquisadora. É o caso de conjuntos de postagens de redes sociais que se transformam em livros ou de canais de vídeos que ganham programas de televisão.
De acordo com Simone Pallone, jornalista e pesquisadora do Labjor, o livro é um meio interessante para divulgar ciência e tecnologia graças à sua capacidade de reinvenção e de atingir diferentes grupos de pessoas. “Muitos livros escritos por cientistas falam a um público amplo, despertam o interesse de leigos”, argumenta. “Origem das espécies, por exemplo, no qual Darwin apresenta a Teoria da Evolução, é um livro de divulgação científica cuja relevância nem precisamos comentar. Carl Sagan é um bom representante da literatura de ciência para público geral, assim como o Oliver Sacks”, ressalta.
“Autores-cientistas” como estes vêm garantindo, nas últimas décadas, o espaço da divulgação científica em listas de best-sellers de todo o mundo, além de nomes como Stephen Hawking, Richard Dawkins e Yuval Noah Harari, cuja obra Sapiens (L&PM) figura entre os 20 livros mais vendidos no Brasil em 2017, segundo levantamento parcial do site Publish News, especializado no mercado editorial. Leia mais: goo.gl/ZoCft9