Identificar o grupo de pesquisa e orientador que dialoguem com a sua tese é imprescindível para aumentar as chances de aprovação da bolsa e um melhor aproveitamento da pesquisa em si. Para Kusmenko, pensar na cidade também foi estratégico. “Milão é uma cidade cosmopolita, conhecida pelo seu design e moda sofisticados. Um ambiente muito propício para a realização das minhas entrevistas, que foram com diversas empresas”, contou.
2. Como ter sua tese aceita pelo orientador
Despertar a atenção de um pesquisador internacionalmente reconhecido não é uma tarefa fácil. Os doutorandos contam que usaram abordagens diferentes para o contato com seus orientadores. “Pesquisei os professores que tinham a ver com minha área de estudo, e mandei milhares de e-mails. Ao final, realizei entrevistas via Skype com três docentes da Universidade de Nova Iorque e acabei optando por um deles”, explicou Chagas.
Para Sacchi, o processo não foi o mesmo. “Meu orientador aqui na Poli já tinha o contato de um pesquisador em Cambridge, e mandou um material com informações da minha pesquisa para ele. Este, por sua vez, repassou essas informações para seus colegas de departamento, até conseguir um interessado”.
3. Tenha seus objetivos bem definidos
Todos os palestrantes contam que, logo no início da estadia nos países, realizaram reuniões com os orientadores para definir um plano de trabalho para os próximos meses. “Percebi que quem não tinha feito isso ficou um pouco deslocado nas pesquisas”, afirmou Chagas.
Esse tipo de preparação é essencial, segundo Sacchi. “Uma coisa muito comum aqui no Brasil é associarmos a pós-graduação com a carreira acadêmica”, afirmou. “Lá, não necessariamente funciona assim. Meu orientador, logo que cheguei, sentou comigo e perguntou qual era o meu objetivo: se a academia ou a indústria. Uma dica é essa, você explicar logo seu objetivo para quem te orienta”.
4. Preste atenção nas bolsas
Apesar de todos terem conseguido bolsas de auxílio concedidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), algumas das universidades cobram taxas à parte. Para Sacchi, o segredo foi recorrer ao diálogo. “Conversei com o chefe do departamento de lá, e disse que não teria condições de arcar com os custos da taxa. Assim, eles me concederam uma isenção”, aconselhou.
Chagas passou por algo parecido. “Lembro que paguei a taxa, que era em torno de oito mil dólares. Porém, quando meu orientador descobriu que o dinheiro havia saído do meu bolso, me devolveram a quantia exata”, lembrou. Somente a Universidade de Milão, dos três exemplos, não cobra taxa.
5. Networking é essencial
Uma questão unânime entre os doutorandos foi a importância de criar uma rede de contatos. Para isso, ser ativo no grupo de pesquisa, conhecer todos os colegas com quem trabalha, participar de congressos relacionados à área e até confraternizar em happy hours podem ajudar a criar um vínculo com gente importante.
Kusmenko defendeu. “Dividi meu período na Itália em dois. A primeira parte foquei na integração com o meu grupo de pesquisa: participei de diversas reuniões com a equipe, cursos gratuitos que o Politécnico oferecia e de outras atividades acadêmicas. Isso foi muito importante para construir um networking forte”.
6. Mantenha contato com o orientador mesmo após voltar ao Brasil
Kusmenko também destacou a necessidade de manter o contato com o orientador. “Ele geralmente é uma pessoa de muita influência no meio acadêmico. Um dos requisitos para a conclusão de um doutorado sanduíche é a produção de um artigo com a coautoria de seu orientador, e isso facilita muito”.