13 fevereiro 2020

Brasil precisa se preparar para a quarta revolução industrial

Esta revolução que está em curso faz a interação entre o ser humano e a máquina; empresários e trabalhadores precisam se qualificar para absorver o conhecimento que as novas tecnologias exigem
 Coluna Reflexão Econômica do prof. Luciano Nakabashi

A mudança de paradigma que a quarta revolução industrial traz é o assunto de hoje na coluna do professor Luciano Nakabashi. Segundo o professor, assim como nas revoluções industriais anteriores, além do processo produtivo, essas mudanças afetam a interação entre as pessoas, a interação da empresa com as pessoas, na forma de comprar e de interagir com os novos conhecimentos. “Essa nova revolução está baseada na nanotecnologia, na inteligencia artificial, robótica, nas mudanças para a captação de energia e no armazenamento dela.”
Nakabashi diz que é uma mudança muito forte, que envolve vários processos produtivos, cada vez mais integrados.  E, cada vez mais, as atividades rotineiras serão substituídas por máquinas e os impactos e seus efeitos repercutirão tanto nos aspectos sociais como econômicos. O professor alerta que a substituição de trabalhos rotineiros por máquinas nem sempre acontecerá somente em atividades que exigem pouca qualificação. “Atividades que exigem muita qualificação também poderão sofrer o impacto das novas tecnologias como, por exemplo, o diagnóstico de doenças, ou na área do Direito, quando um advogado tiver dúvida em relação a uma lei, um software pode entregar essa solução.” Nakabashi lembra, ainda, que a contabilidade das empresas também tem muito a ganhar com essas mudanças. “Mas sempre terá uma pessoa responsável por olhar os resultados do que um programa está fazendo, para checar e validar essas informações e resultados.”
Para Nakabashi, o Brasil perdeu em termos de competitividade por não ter aproveitado as mudanças em revoluções anteriores, o que tem sido importante para aumentar a produtividade e a competitividade dos países, como nos Estados Unidos, por exemplo. Para essa nova onda, o professor diz que é necessário que o País invista em educação para a preparação e qualificação dos trabalhadores e empresários, para que aproveitem os novos conhecimentos e tecnologia e os incorpore no processo produtivo. “Mas é fundamental pensarmos também num ambiente institucional que seja favorável à absorção dessas novas tecnologias e na qualificação dos trabalhadores e empresários, como estratégia de um processo que terá grande impacto nos próximos anos e décadas.”   Fonte: Jornal da USP - 13/02/20