23 setembro 2020

Herbários brasileiros, das caixas de papelão aos acervos on-line

 Herbários virtuais

O herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), o maior do país, com 850 mil amostras, já totalmente digitalizado. Tem sistema de detecção de fumaça, verba permanente para compra de materiais, mão de obra especializada e todas as exsicatas estão guardadas em armários deslizantes. “Preservar seus acervos é uma missão assumida pelo Jardim Botânico”, diz a botânica Rafaela Campostrini Forzza, curadora do herbário. “Quando permitem a criação de um acervo, as instituições deveriam prever seus custos de manutenção e de preservação.”

Forzza é coordenadora do projeto Reflora, que reúne informações sobre cerca de 4 milhões de amostras digitalizadas de 82 acervos do Brasil e de outros países, além de apoiar a digitalização de herbários brasileiros, com bolsistas e doação de equipamentos. “Por falta de verba já há dois anos, o ritmo de digitalização caiu bastante”, diz ela.

Por sua vez, o Herbário Virtual da Flora e dos Fungos, um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) sediado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) tem cerca de 7 milhões de registros de amostras de plantas de 126 herbários brasileiros e de 20 do exterior. Entre eles, 4,2 milhões com imagens. “Os primeiros naturalistas europeus levavam as plantas e fungos que coletavam no Brasil para estudar e guardar em suas instituições de origem”, observa a botânica e micologista (especialista em fungos) Leonor Costa Maia, coordenadora do INCT, que também oferece bolsas e equipamentos a herbários brasileiros, além de promover cursos e treinamentos. “Hoje podemos acessar diretamente o material coletado no Brasil, e depositado no país ou no exterior, em nossos próprios herbários virtuais.”   Saiba mais.    Fonte: Pesquisa FAPESP - set. 2020