16 dezembro 2020

Cruesp divulga comunicado em defesa da manutenção dos recursos da Fapesp

A Constituição Estadual de São Paulo, em seu artigo 271, destina o mínimo de 1% da receita tributária estadual à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), para aplicação em desenvolvimento científico e tecnológico. Em vigor desde 1989, esta disposição constitucional é determinante para o protagonismo do Estado de São Paulo em ciência e tecnologia produzida no País.
Com base nesse dispositivo legal, a Fapesp repassa à comunidade científica de São Paulo um expressivo montante de auxílios e bolsas para pesquisa, contribuindo de forma decisiva para a estruturação de nossas universidades, em particular das instituições públicas estaduais e federais reconhecidas no cenário nacional e internacional pela excelência no ensino e na pesquisa.
Adicionalmente, a Fapesp tem sido protagonista na implantação de bem-sucedidas parcerias entre universidades e empresas nas áreas de aeronáutica, energia, petróleo e gás, indústria agropecuária, medicamentos e fármacos, água e efluentes, dentre outras, com resultados significativos na transferência tecnológica e na formação de recursos humanos qualificados no ambiente das empresas.
Nesse contexto, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) foi surpreendido com a notícia de que, apesar de compromisso do governo do Estado, anunciado no mês passado, de assegurar os recursos da Fapesp em sua integralidade, a Fundação poderá perder, em 2021, R$ 454,6 milhões do total de repasses de recursos do tesouro estadual à entidade caso o PL 627/2020, que define as receitas e despesas do Estado para o exercício do próximo ano, aprovado pela Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, seja aprovado em plenário nesta semana.
Retirar receitas da Fapesp é, além de alterar preceitos constitucionais consolidados, capaz de produzir um retrocesso sem precedentes no mais avançado e bem-sucedido sistema de financiamento à pesquisa do País. O prejuízo para a produção de conhecimento no Estado e no País será incalculável.    Fonte: Jornal da USP - 15/12/20