10 agosto 2022

Spray nasal contra a covid é eficaz por induzir uma resposta imune no local da transmissão

Com as mutações do coronavírus, as vacinas em spray surgem para trazer uma “resposta imunológica muito boa”. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Jorge Kalil, do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e responsável pela pesquisa desse tipo de imunizante, diz que o diferencial está na proteção específica, impedindo a infecção viral no nariz e a transmissão do vírus para outros indivíduos. O funcionamento da vacina em spray age nos anticorpos chamados imunoglobulinas A (IGA), que são diferentes das imunoglobulinas G (IGG), geradas pelos imunizantes intramusculares recorrentes. Primeiro porque elas protegem as mucosas e “têm um tipo de resposta específica”, que estabiliza as moléculas no primeiro mecanismo de defesa das mucosas, como explica Kalil. Segundo porque ela induz uma resposta imune local, o que, para ele, “seria a melhor forma” de evitar a infecção. 
A partir desse mecanismo, Jorge Kalil esclarece que, ao ocasionar uma resposta imune local, o spray impede a infecção viral no nariz, e complementa: “Se não tem infecção viral no nariz, ele [o vírus] não será mais transmitido para outras pessoas”. No quadro atual, mesmo que mais indivíduos estejam imunizados com as três doses da vacina, ainda podem ocorrer infecções nasais, por conta da queda de imunidade do local. Isso ocasiona a transmissão do vírus sem que a pessoa esteja doente, o que poderia ser evitado a partir de uma imunização concentrada no nariz.   Saiba mais.   Fonte: Jornal da USP - 10/08/22