24 setembro 2019

Capes vai mudar a forma como são avaliados os cursos de pós-graduação no Brasil

Anderson Correia, presidente da agência, anunciou as mudanças em vídeo divulgado no Twitter, nessa segunda-feira


Depois de publicar um vídeo na última sexta-feira (20), questionando a qualidade da pesquisa no Brasil, o presidente da Capes, Anderson Correia, divulgou nessa segunda-feira (23) que a agência irá mudar a forma como são avaliados os cursos de pós-graduação no país.
No Twitter, após afirmar que a quantidade de mestres e doutores no Brasil é alta e que, no país, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, 80% dos doutores continuam nas universidades e só 20% vão para empresas, ele disse que é preciso mudar “radicalmente” esse cenário.
“Como fazer isso? A Capes – e seus modelos de avaliação – está mudando a sistemática de medir a produção científica cobrando muito mais resultados, produtos como patentes, registro de software, criação de criação de startups, relatórios técnicos e atividades ligadas a empresas e ao setor produtivo”, afirmou.   Fonte: Jornal da Ciência - 24/09/19

Pesquisador do ICB-USP lança plataforma de compartilhamento de reagentes

O pesquisador Lucio de Freitas Junior, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), lançou a plataforma virtual SocialLab para reunir e compartilhar um inventário de reagentes químicos e células existentes em laboratórios de pesquisadores de todo o Brasil.
Totalmente gratuito, o site foi desenvolvido em parceria com dois alunos do curso de Ciências Moleculares da USP, Fernando Tocantins e Matheus Morroni, com a empresa júnior Poli Júnior, da Escola Politécnica da USP, e a empresa júnior Conpec, da Universidade Estadual de Campinas. 
A ideia busca combater o desperdício de reagentes e promover o seu rápido acesso entre os cientistas brasileiros.
Atualmente, após o vencimento dos reagentes, a universidade tem a responsabilidade de eliminar esses resíduos por meio de incineração, processo caro geralmente realizado por empresas especializadas. Para incinerar os reagentes químicos, gasta-se em torno de R$ 12 por quilo, além dos gastos com transporte de resíduos perigosos e infraestrutura.
O SocialLab passa a incentivar o cientista a doar os reagentes que não estiverem mais em uso, contribuindo para acelerar a pesquisa científica no país, uma vez que o acesso a esses materiais é muito restrito em determinadas regiões.
A plataforma também garante privacidade aos usuários. Além disso, permite que o pesquisador crie um inventário de seu banco de células e que, da mesma forma, doe aquelas que não usa mais.
A intenção é trabalhar em parceria com as universidades, permitindo que os pró-reitores de pesquisa tenham acesso aos inventários.
Os interessados em participar da plataforma podem entrar em contato pelo e-mail
compartilhesocialab@gmail.com. A plataforma, lançada há menos de um mês, já tem cadastrados cerca de 100 laboratórios e vem viabilizando trocas entre eles. Em breve, esse cadastramento será feito diretamente no site, que está em fase final de ajustes.  Fonte: Agência FAPESP – 24/09/19



Mais Informações

23 setembro 2019

Conheça o guia de pesquisa sobre mudança climática

A mudança climática é a questão definidora do nosso tempo e estamos em um momento decisivo. Desde a mudança dos padrões climáticos que ameaçam a produção de alimentos até a elevação do nível do mar, que aumenta o risco de inundações catastróficas, os impactos das mudanças climáticas são de âmbito global e sem precedentes em escala. Hoje, sem uma ação drástica, a adaptação a esses impactos no futuro será mais difícil e onerosa. Gráfico do relatório United in Science, WMO, setembro de 2019
Os gases de efeito estufa ocorrem naturalmente e são essenciais para a sobrevivência dos seres humanos e milhões de outros seres vivos, impedindo que parte do calor do sol reflita de volta ao espaço e tornando a Terra habitável. Porém, após mais de um século e meio de industrialização, desmatamento e agricultura em larga escala, as quantidades de gases de efeito estufa na atmosfera aumentaram para níveis recordes nunca vistos em três milhões de anos. À medida que crescem as populações, as economias e os padrões de vida, aumenta também o nível cumulativo de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
A ciência estabeleceu que a concentração de GEE na atmosfera da Terra está diretamente ligada à temperatura global média na Terra; a concentração tem aumentado constantemente, e as temperaturas globais médias acompanham-no desde a época da Revolução Industrial; e o GEE mais abundante, responsável por cerca de dois terços dos GEE, dióxido de carbono (CO2), é em grande parte o produto da queima de combustíveis fósseis.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) foi criado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente para fornecer uma fonte objetiva de informação científica. Em 2013, o IPCC forneceu mais clareza sobre o papel das atividades humanas nas mudanças climáticas quando lançou seu Quinto Relatório de Avaliação. É categórico em sua conclusão: as mudanças climáticas são reais e as atividades humanas são a principal causa.  Fonte: United Nations

Elsevier investiga centenas de revisores por manipular citações

A editora está examinando pesquisadores que podem estar usando o processo de revisão de maneira inadequada para promover seu próprio trabalho.

A editora holandesa Elsevier está investigando centenas de pesquisadores suspeitos de manipular deliberadamente o processo de revisão por pares para aumentar seus próprios números de citações.
O editor está analisando a possibilidade de que alguns revisores incentivem os autores do trabalho em revisão a citar a própria pesquisa dos revisores em troca de críticas positivas - uma prática desaprovada, amplamente denominada citação coercitiva.
A investigação de Elsevier também revelou que vários desses revisores parecem estar envolvidos em outras práticas de publicação questionáveis ​​em estudos que eles mesmos criaram. Os analistas da Elsevier que descobriram a atividade disseram à Nature que “descobriram evidências claras da manipulação de revisão por pares” e de acadêmicos que publicam os mesmos estudos mais de uma vez. Elsevier disse que suas investigações levarão à retração de alguns desses estudos.
Mas afirmou que não será necessário retirar nenhum estudo afetado pela citação coercitiva, porque os autores não são responsáveis ​​pelo problema, e a manipulação da citação não afeta a pesquisa.   Fonte: Nature - setembro 2019

Publicação especializada em materiais perigosos faz parte do Portal de Periódicos da CAPES

Pesquisadores de áreas como biologia, ecologia, química, engenharias e outras disciplinas têm a recorrente necessidade de estar por dentro do entendimento e da mitigação de perigos e riscos de determinados materiais na saúde pública e no meio ambiente. Um dos títulos disponíveis no acervo do Portal de Periódicos da CAPES sobre o tema é o Journal of Hazardous Materials.
A classificação de produtos perigosos é definida na Instrução Complementar publicada pela Resolução ANTT Nº 5.232/2016, de acordo com informações da Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP). A referida resolução indica que produto perigoso é todo aquele que “tenha potencial de causar danos ou apresentar risco à saúde, segurança e meio ambiente”, a exemplo de líquidos inflamáveis, ácidos, fósforos, gases, combustíveis, materiais radioativos, entre outros.
Apesar de ser especializado em materiais perigosos, o Journal of Hazardous Materials é considerado um periódico interdisciplinar, por abranger pesquisas de alta qualidade em diversas vertentes do assunto. O volume 377, de setembro de 2019, está disponível em texto completo para usuários do Portal de Periódicos da CAPES. Além disso, pesquisadores que se interessam pelo tema podem visualizar o conteúdo de edições subsequentes até fevereiro de 2020 (ainda em progresso).
O acesso à publicação deve ser realizado por meio da opção buscar periódico do Portal, pelo nome “Journal of Hazardous Materials” ou pelo código ISSN 0304-3894.
Fonte: Portal de Periódicos da CAPES – 23/09/19


Brasil desperdiça o potencial de sua biodiversidade, um ativo único e inigualável

Benefícios são muitos, porém pouco aproveitados e muito ameaçados, segundo documento preparado por 85 pesquisadores brasileiros


O Brasil tem a maior biodiversidade do mundo — isso, todo mundo já sabe. Mas e daí? O que o País ganha com isso? Maior segurança alimentar, energética, hídrica e climática; proteção contra erosão, enchentes, deslizamentos e outros desastres socioambientais; proteção natural contra pragas no campo e doenças nas cidades; potencial para a descoberta de novos fármacos, cosméticos e outros produtos naturais; preservação de culturas, saberes e costumes de populações tradicionais; paisagens belíssimas; incontáveis oportunidades de negócios ligadas ao ecoturismo, lazer e bem-estar social. Tá bom, ou quer mais?
Esses são alguns exemplos dos serviços prestados gratuitamente pela natureza à sociedade, descritos no primeiro diagnóstico da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES, na sigla em inglês), divulgado no início deste mês. 
Produzido por um grupo de 85 pesquisadores ao longo de quatro anos, o documento, de quase 200 páginas, traz um resumo contextualizado do melhor conhecimento disponível sobre o patrimônio natural brasileiro e os serviços que ele presta à sociedade, desde o nível de espécies individuais (como as abelhas, que produzem mel e polinizam plantações) até o de ecossistemas inteiros (como as florestas, que produzem chuva e estocam carbono, ou os manguezais, que protegem a costa da erosão e servem de berçário para diversos peixes e crustáceos de importância social e comercial).
Clique aqui para baixar a íntegra do documento: Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos.   Leia texto na íntegra.   Fonte: Jornal da USP - 20/09/19









20 setembro 2019

A taxonomia da Ciência Aberta


O que é o Plano U: acesso universal à pesquisa científica via preprints?

O Plano U foi apresentado publicamente em junho por Richard Sever, John Inglis e Michael Eisen em uma comunicação na revista PLOS Biology. Os dois primeiros são cofundadores do servidor de preprints bioRxiv operados pelo Cold Spring Harbor Laboratory; Eisen é fundador do periódico PLOS Biology e editor-chefe da eLife. Estas são todas iniciativas sem fins lucrativos de publicações de acesso aberto em pesquisa biomédica.
Como muitas outras iniciativas e propostas, o objetivo é criar um mecanismo bem-sucedido e de baixo custo para prover acesso aberto aos resultados da pesquisa. A estratégia do Plano U é separar a disseminação dos manuscritos do processo de avaliação e certificação atualmente usado por periódicos e, assim, acelerar o avanço do conhecimento científico, permitindo que outros pesquisadores possam continuar a trabalhar sobre os resultados publicados em servidores de preprints. O que eles aspiram é que as agências de fomento à pesquisa estabeleçam como requisito obrigatório para a concessão de fundos que os resultados sejam publicados em servidores de preprints. Isso explica o significado do “U” do plano (“universal”).  Leia mais  Fonte: SciELO em Perspectiva