07 dezembro 2021

cOAlition S lança declaração sobre “Acesso aberto para livros acadêmicos”

Livros acadêmicos – definidos aqui para incluir monografias, capítulos de livros, coleções editadas, edições críticas e outras obras extensas – são um importante modo de publicação para estudiosos, especialmente nas Ciências Sociais e Humanas. Vários estudos apontaram os benefícios da publicação de livros em Acesso Aberto (OA). Em 2019, a Science Europe publicou cinco princípios para OA para livros acadêmicos e recomendações para seis tipos de interessados ​​em pesquisa. A Springer Nature mostrou recentemente que os livros OA recebem 2,4 vezes mais citações e são baixados 10 vezes mais do que os livros não OA.
O Princípio 7 do Plano S reconheceu que o cronograma para alcançar o Acesso Aberto para livros requer um processo devido separado. O Guia de Implementação especificou que “até o final de 2021, uma declaração sobre os princípios do Plano S seria emitida conforme eles se aplicam a monografias e capítulos de livros, juntamente com o guia de implementação relacionado”.
cOAlition S reconhece que a publicação de livros acadêmicos é muito diferente da publicação de periódicos. Nosso compromisso é progredir em direção ao acesso aberto total para livros acadêmicos o mais rápido possível, no entendimento de que os padrões e modelos de financiamento podem precisar de mais tempo para se desenvolver. Em vez de decretar uma política uniforme sobre livros OA, decidimos formular um conjunto de recomendações sobre livros acadêmicos – em linha com os princípios do Plano S – que todas as organizações da cOAlition S buscarão adotar dentro de suas próprias atribuições e jurisdições.   Saiba mais.  Fonte: AGUIA - 07/12/21

FAPESP lança duas novas modalidades de fomento voltadas a pesquisadores em início de carreira

A FAPESP lançará nesta quinta-feira (09/12) o Programa Nova Geração, que traz duas novas modalidades de fomento à pesquisa voltadas a cientistas em início de carreira. Os detalhes serão apresentados em um evento que será transmitido a partir das 11 horas, pelo canal da Agência FAPESP no YouTube.
Uma das modalidades, denominada “Projeto Inicial π (Pi)", tem como público-alvo pesquisadores recém-contratados no Estado de São Paulo, seja em universidade ou instituto de pesquisa. Já a modalidade “Geração” é voltada para pesquisadores que já concluíram o doutorado e/ou pós-doutorado, mas ainda estão sem vínculo empregatício.
A primeira chamada de propostas da modalidade “Projeto Inicial π” será lançada durante o evento de quinta-feira e abrangerá todas as áreas do conhecimento. Os proponentes devem ter sido contratados há menos de oito anos e terão de apresentar um planejamento de ensino ligado ao projeto de pesquisa – que poderá incluir bolsas de mestrado e doutorado pré-aprovadas, além de equipamentos e outros recursos materiais necessários. Os projetos terão duração de cinco anos e orçamento de até R$ 1 milhão.
O primeiro edital da modalidade “Geração” deverá ser lançado no início de 2022, em data a ser definida.
Participam do evento de lançamento do novo programa o presidente da FAPESP, o diretor científico, Luiz Eugênio Mello, e o assessor especial da Diretoria Científica Roberto Marcondes. As inscrições poder ser feitas pela página do lançamento. Perguntas podem ser enviadas para chamada-appi@fapesp.br. Mais informações: fapesp.br/15243/lancamento-do-programa-nova-geracao.   Fonte: Agência FAPESP - 07/12/21

06 dezembro 2021

A ciência aberta na USP

Por Sylvio Canuto, pró-reitor de Pesquisa da USP; Debora Rejane Fior Chadi, professora do Instituto de Biociências da USP; e Fausto Medeiros Mendes, professor da Faculdade de Odontologia da USP

Foi lançado, no dia 26 de outubro, o Portal USP de Ciência Aberta, por meio de um trabalho envolvendo a Pró-Reitoria de Pesquisa, a Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica (AGUIA) e a Superintendência de Tecnologia da Informação (STI).
Durante o lançamento do portal, o magnífico reitor, prof. Vahan Agopyan, e o pró-reitor de Pesquisa, prof. Sylvio Canuto, também publicaram a Declaração USP de Apoio à Ciência Aberta, o que pode ser encontrado na íntegra no portal. Nesse mesmo dia, foi anunciado que a USP, a partir daquele momento, era signatária da Declaração de São Francisco sobre Avaliação da Pesquisa (Dora – The Declaration on Research Assessment), se juntando a  milhares de instituições e pesquisadores de 150 países no mundo.
A busca pela excelência acadêmica e científica requer parâmetros que possam servir de guia de avaliação. Ao longo dos últimos anos, indicadores numéricos foram estabelecidos e nota-se que distorções foram criadas, em escala mundial. Iniciativas mais amplas são necessárias.
A Universidade de São Paulo caminha em consonância com o movimento mundial de adoção dos princípios e práticas da Ciência Aberta. A Dora recomenda às instituições que explicitem os critérios utilizados para tomar decisões sobre contratação de novos docentes, assim como na progressão da carreira, enfatizando, especialmente para pesquisadores que estão em início de carreira, que o conteúdo científico de um artigo é muito mais importante do que as métricas de publicação ou a identidade da revista em que foi publicado.   Saiba mais.   
Fonte: Jornal da USP - 06/12/21

Influencers: o que significa estar entre os cientistas mais citados do mundo?

Relatório Clarivate Analytics destacou produção de 1% mais influentes por área, desde 2010; artigo de maior sucesso da USP foi publicado em revista de acesso aberto

Indicadores de desempenho acadêmico não são uma novidade para as universidades e institutos de pesquisa. Reputação, visibilidade, relevância e número de artigos publicados são alguns dos parâmetros dos rankings internacionais para avaliar instituições de ensino superior. Alguns rankings utilizam medidas comparativas mais abstratas, como “excelência” ou “qualidade” da performance das instituições. Outros podem medir aspectos específicos da influência universitária, como sua contribuição para o alcance das Metas do Desenvolvimento Sustentável, por exemplo. No geral, os rankings são vistos como importantes termômetros da qualidade do ensino superior de um país. Na era da prestação de contas e da contagem de views, o desafio está em ter pesquisadores reconhecidos e citados, representando a elite da produção científica mundial.   
Recentemente, um relatório intitulado Highly Cited Researchers 2021, lançado pelo Institute for Scientific Information (ISI), divulgou uma lista dos pesquisadores mais altamente citados no mundo. Os superlativos não se esgotam aí: para identificar estes cientistas de desempenho extraordinário, o relatório usou como base de dados os artigos publicados e indexados no Web of Science, um dos maiores e mais respeitados bancos multidisciplinares de publicações científicas.
Como todo ranqueamento, a lista da Clarivate estabeleceu uma metodologia e uma ferramenta de análise próprias, classificando as informações em 21 áreas do conhecimento e examinando artigos publicados e citados entre os anos de 2010 e 2020. O trabalho resultou em uma lista com 6.602 pesquisadores considerados altamente citados, tendo como critério o maior número de artigos mencionados por pares. O recorte, porém, corresponde ao top 1% mais citados no final do ano de 2020.   Saiba mais.   Fonte: Jornal da USP - 06/12/21


Aciesp organiza série de seminários sobre o estado da arte da ciência paulista


Para celebrar os 60 anos da FAPESP, a Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) está organizando uma série de seminários voltados a promover uma análise crítica sobre o estado da arte da ciência paulista, com um olhar para os desafios das próximas duas décadas. O primeiro evento será realizado nesta quinta-feira (09/12) e abordará o tema “Internacionalização e pesquisa colaborativa”. Os demais ocorrerão em fevereiro de 2022 e o conjunto das discussões será sintetizado num livro, previsto para ser lançado em maio.
“A obra terá oito capítulos, sendo sete sobre os temas estratégicos escolhidos para nortear os seminários e mais uma introdução. Para cada capítulo foi escolhido um grupo de especialistas no assunto e um coordenador”, conta à Agência FAPESP Adriano Andricopulo, professor da Universidade de São Paulo (USP), diretor executivo da Aciesp e um dos coordenadores da iniciativa. Também integram a comissão organizadora os professores Marco Antonio Zago (presidente da FAPESP), Luiz Eugênio Mello (diretor científico da Fundação), Vanderlan Bolzani (presidente da Aciesp), Paulo Artaxo (vice-presidente da Aciesp) e Marie-Anne Van Sluys (coordenadora adjunta de Programas Especiais e Colaborações em Pesquisa da FAPESP).  Saiba mais.   Fonte: Agência FAPESP - 06/12/21


04 dezembro 2021

Transmissão

Vacinação e uso de máscaras podem evitar proliferação da variante Ômicron

Desde a chegada da variante Ômicron no Brasil, cinco casos de infecção pelo vírus foram confirmados, sendo três deles no Estado de São Paulo. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, o professor  Paulo Menezes, chefe do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP e coordenador do Comitê Científico para a covid no Estado, comenta o possível impacto da variante no País e as medidas de segurança necessárias para enfrentá-la.
Inicialmente, o professor Menezes conta que ainda não há informações precisas sobre a nova variante, reconhecida há pouco mais de uma semana. A identificação de um número alto de mutações sugere que a Ômicron seja muito mais transmissível do que outras variantes, especialmente a delta, mas o médico reforça que seu efeito no número de casos, internações e óbitos ainda não foi estimado. 
A expectativa de Menezes, no entanto, é otimista. “Nosso nível de preocupação agora é menor do que no momento em que surgiu a variante Delta. Hoje, a população está bem protegida com as vacinas, a manutenção do uso de máscaras e a suspensão de algumas aglomerações, então estamos mais tranquilos de que conseguiremos enfrentar essa variante nova com segurança e sem um grande impacto na saúde pública”, diz.    Saiba mais.   Fonte: Jornal da USP - 03/12/21

03 dezembro 2021

Projeto de lei abre esperança para Chamada Universal do CNPq

Asfixiado pela falta de recursos e com seu orçamento praticamente esgotado, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) ainda tem esperança de dar um último respiro em 2021. O Ministério da Economia enviou ao Congresso nesta terça, 30 de novembro, na última hora possível, um projeto de lei (PLN 39) pedindo a liberação de R$ 151 milhões para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), dos quais R$ 100 milhões deverão ser destinados ao CNPq para a implementação da Chamada Universal 2021 — o edital mais basal e tradicional de fomento à ciência brasileira.
O texto precisa ser aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso e votado rapidamente em plenário, para ser promulgado a tempo de o CNPq empenhar os recursos ainda neste ano. A Chamada Universal foi lançada há exatos três meses, em 31 de agosto, sem que houvesse dinheiro garantido para ela no orçamento no MCTI, mas com um compromisso político de que esses recursos seriam liberados para a pasta até o fim do ano. Do total de R$ 250 milhões previstos para o edital, R$ 50 milhões deverão vir de recursos economizados do próprio orçamento do CNPq e R$ 200 milhões, da liberação de verbas contingenciadas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).   Saiba mais.   
Fonte: Jornal da USP - 02/11/21

02 dezembro 2021

Unesco e parceiros lançam plataforma sobre reservas da biosfera brasileira

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, em parceria com o Instituto Amigos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e a Rede Brasileira de Reservas da Biosfera, lançaram oficialmente o website das Reservas da Biosfera.
O portal foi ao ar no último dia 26/11/21, durante o Encontro da Rede Brasileira das Reservas da Biosfera (RBRB), em Fortaleza (CE). Além de ser um importante depositário de informações, espera-se que a plataforma se torne instrumento ativo de comunicação no âmbito das ações das sete Reservas da Biosfera brasileiras.
Como banco de informações, a plataforma irá abrigar relatórios, mapas, análises, vídeos, fotos, agenda de eventos, documentos e informações relevantes das Reservas da Biosfera em território nacional: Amazônia Central, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal, Cerrado, Serra do Espinhaço e Cinturão Verde da Cidade de São Paulo. A alimentação do site se dará de forma colaborativa entre os parceiros, contribuindo para a troca de informações e aumentando a capacidade de gerir os recursos naturais das biosferas de forma eficaz.
A criação do site das Reservas da Biosfera é também um marco na celebração dos 50 anos do Programa O Homem e a Biosfera (MAB) da Unesco. A iniciativa é pioneira na área e lançou as bases do conceito de “desenvolvimento sustentável” das Nações Unidas. Ela representa um referencial importante no contexto da Rede de Reservas da Biosfera Ibero-americanas e do Caribe (IberoMaB). Espera-se que o lançamento do novo site contribua para a divulgação e para que seja ainda mais enfatizada a relevância das Reservas para o país e para o mundo.
O evento de lançamento do site pode ser assistido na íntegra por meio do canal do Cine Biosfera Mata Atlântica – RBMA no YouTube.  Para acessar o novo site Reservas da Biosfera, clique aqui.   Fonte: Jornal da Ciência - 02/12/21


Retomada da Avaliação Quadrienal da CAPES

A presidente da CAPES tem a satisfação em informar que, na data de hoje, o juiz titular da 32ª Vara Federal do Rio de Janeiro, por uma intensa e competente atuação da equipe da AGU, determinou a revisão da decisão liminar que paralisou a Avaliação Quadrienal da CAPES, autorizando, desde já, a retomada do procedimento.
De acordo com a decisão judicial, a restrição imposta inicialmente ficará limitada à divulgação do resultado final da Avaliação, "mantida a faculdade de a CAPES desenvolver todas as atividades integrantes do procedimento de avaliação".
A decisão foi proferida após o juízo da causa, atendendo a pedido de reconsideração, acolher os argumentos apresentados pela Advocacia-Geral da União no despacho realizado na última sexta-feira, 27 de novembro de 2021, bem como reconhecer os riscos que poderiam advir com a manutenção da paralisação, tal como registrado na contestação juntada aos autos do processo.
Participaram do despacho com o juízo, as procuradoras federais Flávia Correa Azeredo de Freitas, representando a Procuradoria-Regional da 2ª Região, Adriana Carla Morais Ignácio, representando a Equipe Nacional da PGF em matéria de Educação, e Juliana Sahione, representando a Procuradoria Federal junto a CAPES.
Assim, nos termos da decisão proferida, fica autorizada a retomada da Avaliação Quadrienal pela CAPES e, assim, a continuidade dos trabalhos desenvolvidos pelos coordenadores e avaliadores, bem como pelos servidores da Fundação.   Fonte: CCS/CAPES - 02/12/21




Investimento em pesquisa e busca de novas tecnologias estão entre os focos da agricultura digital

Aliar pesquisa, desenvolvimento e inovação na área da agricultura digital visando sustentabilidade e agregação de valor nas cadeias produtivas da agropecuária. Além disso, colocar à disposição dos produtores novas tecnologias que permitam o aumento da produtividade. Esses pontos estão entre os focos e desafios a serem enfrentados pelos agroprodutores brasileiros  nos próximos anos.
Novas frentes
O investimento em startups para desenvolver produtos e equipamentos de menor custo foi um dos pontos citados pela pesquisadora Clíssia Barboza da Silva, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA-USP), ao falar sobre a interação com a pesquisa.
“Com o conhecimento gerado pelos estudos é possível criar equipamentos de menor custo para obter resultados precisos”, afirmou Silva, que apresentou como a inteligência artificial combinada com imagens abre caminho para a análise da qualidade de sementes agrícolas.
Com financiamento da FAPESP por meio de Apoio a Jovens Pesquisadores, Silva vem trabalhando em estudos de sistemas de imagens combinados com inteligência artificial para serem usados no processo de análise da qualidade de sementes.
São empregadas tecnologias baseadas em luz para obter imagens das sementes, analisadas e interpretadas por máquinas específicas para o trabalho. A técnica mantém as amostras de sementes intactas e não gera resíduos, como metodologias convencionais, porque não requer uso de substratos ou reagentes. Além disso, os resultados são obtidos mais rapidamente do que as análises convencionais, que demoram de sete dias a semanas para ficarem prontas.  
Saiba mais.   Fonte: Agência FAPESP - 02/12/21

Empresa usa raio para transformar metano no esterco em adubo

Uma empresa de tecnologia norueguesa, chamada N2 Applied, encontrou uma maneira de impedir que os dejetos do gado liberem metano usando um raio artificial. 
O metano é um potente gás de efeito estufa emitido por fontes que incluem vazamento de infraestrutura de combustível fóssil, aterros sanitários e criação de gado.
A N2 Applied, sediada em Oslo, está testando sua tecnologia de plasma em vários locais na Europa, incluindo três fazendas no Reino Unido.
"Em essência, estamos aproveitando os raios para destruir os dejetos do gado e bloquear as emissões nocivas", disse Chris Puttick da N2 à Reuters em uma das fazendas-teste em Buckinghamshire, na Inglaterra.
Neste local, 200 vacas leiteiras fornecem a 'matéria-prima': esterco. Um raspador de esterco coleta todos os excrementos do chão do celeiro e os deposita em uma fossa, onde são movidos pela máquina de N2, alojada em um contêiner de tamanho padrão.
O nitrogênio do ar e uma explosão de uma tocha de plasma de 50 kw são impelidos através da lama 'travando' as emissões de metano e amônia.
"Quando adicionamos nitrogênio do ar à pasta, isso muda o ambiente para parar basicamente a metanogênese. Então, diminui o PH para um pouco abaixo de seis e estamos captando isso cedo. Então, isso interrompe a decomposição dos micróbios do metano que, em seguida, liberam o gás para o ar ", disse Puttick, acrescentando que sua tecnologia patenteada é a única de seu tipo. O que sai da máquina é um líquido marrom sem cheiro, chamado NEO - um fertilizante orgânico enriquecido com nitrogênio. De acordo com o N2, seu NEO tem o dobro do conteúdo de nitrogênio do fertilizante de nitrogênio comum; um dos fertilizantes mais comumente usados para aumentar a produção de milho, canola e outras culturas.   Saiba mais.   
Fonte: Portal G1 - 01/12/21

01 dezembro 2021

Comunicação científica | Diretriz clara e precisa

Política de acesso aberto da FAPESP define que artigos científicos devem ter conteúdo disponível no máximo 12 meses após sua publicação

A FAPESP anunciou um aperfeiçoamento em sua política de acesso aberto a publicações que busca acelerar e dar mais transparência à divulgação dos resultados de pesquisa. Uma portaria lançada em 27 de outubro determinou que trabalhos científicos resultantes de projetos apoiados pela Fundação devem estar disponíveis em repositórios da internet no máximo 12 meses após a data de publicação, a fim de que possam ser consultados por qualquer pessoa, sem restrições ou cobrança de taxas. A versão anterior do documento, vigente desde 2019, já estabelecia a disseminação dos papers em acesso aberto, mas era flexível em relação a diferentes prazos de embargo impostos por revistas científicas para liberar o conteúdo ao público, o que tornava difícil monitorar o cumprimento da regra.
A novidade exigirá que os pesquisadores, no momento de escolherem uma revista científica para publicar seus manuscritos, certifiquem-se de que ela permitirá a divulgação em acesso aberto em repositório institucional o mais tardar em 12 meses. “Com essa iniciativa, espera-se promover na comunidade científica do estado de São Paulo uma maior conscientização sobre a importância de disponibilizar em acesso aberto para a sociedade a produção científica resultante do financiamento público”, afirma o diretor científico da FAPESP, Luiz Eugênio Mello. “Contaremos também com instrumentos para monitorar se a norma está sendo cumprida no tempo certo”, complementa José Roberto de França Arruda, professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas (FEM-Unicamp) e membro da Coordenação Adjunta de Ciências Exatas e Engenharias da FAPESP.  A principal ferramenta será o portal de documentos científicos Google Scholar, que fornece perfis de pesquisadores com a relação de artigos publicados por eles e um cálculo das citações recebidas.   Saiba mais.  Fonte: Pesquisa FAPESP - dez. 2021

Ciência do Brasil visível no mundo

Lista dos 21 pesquisadores altamente citados do país aponta linhas de investigação que atraem atenção internacional

Divulgado anualmente pela empresa Clarivate Analytics, uma lista de cientistas cujos artigos foram extraordinariamente citados na década anterior evidencia um paradoxo da pesquisa brasileira: apesar do crescimento constante da nossa produção científica, poucos papers do país conseguem alcançar grande visibilidade internacional. Na edição de 2021 dessa lista, anunciada no dia 16 de novembro, apenas 21 dos 6.602 autores desse pelotão de elite pertencem a instituições do Brasil (0,3% do total). Em 2020, eram 19 nomes. Mas os exemplos brasileiros – em áreas como epidemiologia, ciência de alimentos, virologia e mudanças climáticas – indicam como foi possível produzir conhecimento conectado com tópicos quentes da ciência, aqueles que mobilizam pesquisadores do mundo inteiro. As citações mostram o quanto um artigo influenciou os trabalhos de outros autores, a ponto de ser apontado em suas referências.
Um dos principais exemplos é o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens-USP), onde atuam cinco dos 21 cientistas brasileiros listados (ver quadro). Em 2010, o Nupens propôs uma nova teoria segundo a qual o processamento dos alimentos elevaria o risco de doenças (ver Pesquisa FAPESP nº 265). “Nossa hipótese é de que o aumento no consumo de ultraprocessados – formulações industriais de macronutrientes e aditivos com pouco ou nenhum alimento inteiro – seria a principal causa da epidemia mundial de obesidade e de outras doenças crônicas relacionadas à alimentação”, explica o coordenador do Nupens, o epidemiologista Carlos Augusto Monteiro, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. “Como parte dessa teoria, criamos uma classificação de alimentos com base no seu processamento e não no seu teor de nutrientes, chamada classificação Nova.”  Saiba maisFonte: Pesquisa FAPESP - dez. 2021

Integridade em tempos de ciência aberta

A sexta edição do Encontro Brasileiro de Integridade em Pesquisa, Ética na Ciência e em Publicações (Brispe) discutiu entre os dias 28 e 29 de outubro formas de estimular comportamentos éticos e promover a integridade científica em um ambiente marcado por uma dinâmica de colaboração científica cada vez mais vigorosa, acesso aberto ao conhecimento e amplo compartilhamento de dados, no que se convencionou chamar de ciência aberta. Mais de uma centena de participantes, entre especialistas em ética, editores de periódicos, representantes de agências de fomento, pesquisadores e estudantes, acompanhou as palestras, mesas-redondas e um minicurso. O encontro teve a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) como as principais instituições organizadoras e foi realizado virtualmente pela plataforma Zoom, em decorrência da pandemia.
Na avaliação de Sonia Vasconcelos, pesquisadora do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM), da UFRJ, a relação da integridade científica com a ciência aberta é cada vez mais estreita, com efeitos sobre a cultura de pesquisa e a interface entre os cientistas e o público. “A percepção sobre conduta responsável em pesquisa vem sendo influenciada por esse ambiente acadêmico que promove maior escrutínio dos pares e do público sobre a atividade científica e, ao mesmo tempo, espaços cada vez mais colaborativos entre diferentes atores dentro e fora de universidades e centros de pesquisa”, afirma Vasconcelos, que presidiu o evento em colaboração com Carmen Penido, da Fiocruz.   Saiba mais.   
Fonte: Pesquisa FAPESP - dez. 2021

Cerco ao comércio de trabalhos acadêmicos

“Fábricas de ensaios” podem se tornar ilegais no Reino Unido, em estratégia para combater fraudes disseminadas no ensino remoto

O governo do Reino Unido propôs uma reforma na legislação educacional que, se for aprovada, tornará ilícita a venda de trabalhos acadêmicos. A Câmara dos Comuns começou a discutir em outubro uma nova regulação para as instituições de ensino superior, com o objetivo de garantir formação de alta qualidade a profissionais em áreas consideradas estratégicas, como engenharia, energias limpas e manufatura. Um dos dispositivos do projeto propõe transformar em crime as atividades das chamadas “fábricas de ensaios”. São sites da internet que, em troca de dinheiro, produzem trabalhos encomendados por estudantes, comprometendo, assim, a integridade do processo de avaliação de desempenho acadêmico. “Essas empresas são completamente antiéticas. Depreciam o esforço realizado pela maioria dos alunos e ainda lucram com isso”, afirmou à BBC Alex Burghart, subsecretário de Estado para Aprendizagem e Competências, subordinado ao Departamento de Educação do Reino Unido.
A detecção desse tipo de fraude é difícil. Muitos serviços oferecem garantias de que os trabalhos são bem escritos e imunes aos softwares antiplágio, mas, quando o embuste é identificado pelos professores, os estudantes são punidos. Já as fábricas de ensaios não sofriam nenhuma consequência no Reino Unido, dada a ausência de legislação sobre seu funcionamento.
Durante a pandemia, as universidades investiram na supervisão remota das provas on-line. Muitas contrataram serviços de empresas especializadas em monitorar estudantes durante a realização de exames, bloqueando seus navegadores da internet e vigiando-os pelas câmeras de seus notebooks. Mas há evidências de que a cola ganhou espaço com a migração do ensino presencial para o on-line e que as opções para trapacear ficaram mais numerosas. A Agência de Garantia de Qualidade para a Educação Superior, um órgão fiscalizador das universidades do Reino Unido, contabilizou 932 fábricas de ensaios em operação atualmente, ante 638 em 2018.  Saiba mais.   Fonte: Pesquisa FAPESP - dez. 2021