03 janeiro 2022

Carlos Carlotti Junior é o novo reitor da USP

O médico Carlos Carlotti Junior será o novo reitor da Universidade de São Paulo (USP). Sua nomeação foi anunciada em cerimônia promovida na última quarta-feira (8/12) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, Carlotti comandará a instituição pelos próximos quatro anos ao lado da socióloga Maria Arminda do Nascimento Arruda, professora do Departamento de Sociologia e diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), nomeada vice-reitora. Os dois integravam a chapa vencedora da consulta realizada na universidade em fins de novembro e encabeçavam a lista encaminhada ao governador João Doria (PSDB-SP).
Carlotti se formou em medicina na FMRP em 1983, especializando-se em neurocirurgia. Fez o mestrado e o doutorado na mesma instituição, onde se tornou professor titular do Departamento de Cirurgia e Anatomia em 2014. Exerceu importantes cargos de gestão ao longo da carreira. Foi diretor clínico do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, diretor da FMRP e presidente da Fundação de Pesquisas Médicas de Ribeirão Preto. Desde 2016 ocupava o cargo de pró-reitor de Pós-graduação da USP.
Como reitor, terá de enfrentar importantes desafios, como as desigualdades de ensino desencadeadas pela pandemia. Ele e Arruda tomarão posse dia 25 de janeiro de 2022.
“Trabalharemos pela universidade buscando a excelência acadêmica no ensino, na pesquisa e na extensão, associada à diversidade, com apoio à permanência estudantil e aos jovens docentes”, disse o novo reitor ao Jornal da USP. “Estamos propondo um novo pacto com a sociedade, aumentando nossa colaboração com o setor público e privado, resultando no maior impacto de nossas ações para a melhoria das condições de vida dos brasileiros.”  
Fonte: Pesquisa FAPESP - jan. 2022

André Tortato Rauen: Pesquisa orientada a missões

Economista do Ipea propõe que o investimento em ciência seja mais ousado e contemple, além da ciência básica, também a solução de grandes desafios da sociedade


Um estudo publicado em junho por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estimou um crescimento em 2021 de mais de 200% nos recursos que estariam disponíveis no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), principal instrumento federal de financiamento da ciência, depois da aprovação de uma lei que vedou o expediente de usar o dinheiro do fundo para compor o superávit primário. Esse aumento acabou adiado por uma manobra do governo, que só promulgou a derrubada de vetos à nova lei dois dias após a aprovação do orçamento de 2021, mas é esperado para 2022.
Um dos autores do estudo, o economista André Tortato Rauen, vem se debruçando sobre o projeto de lei orçamentária em discussão no Congresso e constatou que os recursos integrais do FNDCT estão mesmo previstos para 2022 – da ordem de R$ 8,6 bilhões. Mas ele enxerga entraves que podem atrapalhar a execução do dinheiro. Um desafio está relacionado ao calendário de desembolso – se o governo só liberar os recursos no final do ano, isso pode inviabilizar uma aplicação eficiente. Rauen também avalia que faltam projetos ousados para absorver o crescimento de recursos. Na entrevista a seguir, ele fala sobre as perspectivas de financiamento à ciência e defende que o investimento seja menos pulverizado e contemple, além da pesquisa básica, a solução de grandes problemas da sociedade.   
Fonte: Pesquisa FAPESP - jan. 2022

Desequilíbrio no sistema

Desigualdade entre homens e mulheres marca a distribuição de bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq

A distribuição de bolsas de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), modalidade de apoio que recompensa cientistas com desempenho destacado, foi marcada por ampla desigualdade de gênero na última década, segundo levantamento feito por pesquisadores das universidades federais de Santa Catarina, Alagoas e Pernambuco. Eles analisaram o perfil de 601 bolsistas. Constataram que 63% eram homens e apenas 37% mulheres. Essa diferença tende a se intensificar nos níveis mais altos da hierarquia de bolsistas. No 1A, reservado a pesquisadores que demonstram excelência na produção científica e formação de recursos humanos, 73,7% eram homens e 26,3% mulheres. No sênior, que contempla cientistas líderes em suas áreas e que foram bolsistas 1A e 1B por pelo menos 15 anos, 88,8% eram homens e 11,2% mulheres.
Segundo dados do CNPq, das 184.728 bolsas outorgadas entre 2010 e 2021, 64,7% foram para homens e 35,3% para mulheres. “Os números ilustram de forma expressiva a desigualdade de gênero na academia brasileira”, afirma a socióloga Marina Félix de Melo, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), uma das autoras do estudo, publicado em outubro na revista Configurações. “As mulheres, embora sejam maioria nas instituições de ensino e pesquisa e publiquem papers tanto quanto os homens, ainda enfrentam muitas dificuldades para alcançar os níveis de maior prestígio da hierarquia científica no país.”   Saiba mais.  
Fonte: Pesquisa FAPESP - jan. 2022

Pesquisa científica: O fantasma da ação entre amigos

Estudo aponta indícios de conluio na avaliação de artigos científicos, com favorecimento a membros de conselhos editoriais de revistas


Pesquisadores da França, do Reino Unido, da Itália e do Canadá publicaram um estudo na revista PLOS Biology que apresenta evidências de um esquema na seleção de artigos científicos capaz de configurar conluio e má conduta: o favorecimento, na hora de escolher trabalhos que serão publicados, a autores ligados ao conselho editorial dos periódicos. O grupo analisou manuscritos de 5.468 revistas da área biomédica, divulgados entre 2015 e 2019. Foram produzidos dois indicadores com base nesses trabalhos. Um deles quantificou a presença nesses títulos de autores altamente prolíficos, aqueles que produzem uma quantidade de artigos bem acima da média de seus pares. O outro indicador mediu o quanto a distribuição de autores de papers era desigual entre as revistas.
O objetivo, ao computar os dois índices, era verificar se havia concentração de trabalhos de alguns pesquisadores em periódicos específicos. Na metade das revistas, o autor mais prolífico havia publicado no máximo 3% do total de artigos. Mas em um grupo fora da curva, com mais de 200 periódicos, um único pesquisador era responsável por entre 11% e 40% de todos os papers publicados. Entre esses títulos, havia alguns com fator de impacto razoável, como o Journal of Enzyme Inhibition and Medicinal Chemistry, da editora Taylor & Francis, Current Problems in Surgery, da Elsevier, e o Journal of the American Dental Association.   Saiba maisFonte: Pesquisa FAPESP - jan. 2022



30 dezembro 2021




Aqui você encontra conteúdo científico diversificado para deixar sua pesquisa ainda melhor

O Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um dos maiores acervos científicos virtuais do País, que reúne e disponibiliza conteúdos produzidos nacionalmente e outros assinados com editoras internacionais a instituições de ensino e pesquisa no Brasil. São mais de 49 mil periódicos com texto completo e 455 bases de dados de conteúdos diversos, como referências, patentes, estatísticas, material audiovisual, normas técnicas, teses, dissertações, livros e obras de referência. Foi criado para reunir material científico de alta qualidade e disponibilizá-lo à comunidade acadêmica brasileira. Assim, o Portal de Periódicos tem o objetivo de reduzir as assimetrias regionais no acesso à informação científica, cobrindo todo o território nacional. É considerado uma iniciativa única no mundo, pois um grande número de instituições acessa o acervo que é inteiramente financiado pelo Governo Federal.
O Portal de Periódicos propicia o desenvolvimento tecnológico e a inovação no País por contribuir com o crescimento da produção científica nacional e a inserção, cada vez maior, da ciência brasileira no exterior. É, portanto, fundamental às atribuições da CAPES de fomento, avaliação e regulação dos cursos de pós-graduação. Leia a cronologia do Portal de Periódicos, em Nossa história, e conheça toda a trajetória.


28 dezembro 2021

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