Quando
estamos navegando na internet, sempre nos deparamos com os cookies — pedaços de
código que dão a um site uma espécie de memória de curto prazo de sua navegação
— e acabamos aceitando todos sem nem saber o que são. Segundo uma pesquisa de
uma empresa especialista em privacidade dos usuários, 94% dos brasileiros têm o
costume de aceitar todos os cookies automaticamente. Somente 1% analisa e personaliza a autorização, enquanto 5% rejeitam tudo.
Em
entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, o professor
Marcos Simplicio, do Departamento de Engenharia da Computação da Escola
Politécnica (Poli) da USP, explica que, no caso de compras, esses cookies são
utilizados para “saber o seu histórico, ou seja, coisas que já buscou naquele
site”, para ele personalizar os anúncios que o usuário irá ver, por exemplo.
Quando aceita tudo, o usuário está abrindo mão da privacidade.
E por que os cookies existem?
Simplício
destaca que “tem algumas leis de privacidade que obrigam os sites a informar os
usuários sobre o cookie que está sendo colocado”. No entanto, ele prossegue
explicando que, em alguns casos, existem vários cookies de outros sites
atrelados apenas a um. Nesse caso, se aceitamos todos eles, as informações de
navegação ficam registradas em todos esses sites. E como se livrar deles?
Um modo seria navegar em “guia anônima”, a qual deixa todos os
dados de navegação em modo privativo. Simplicio explica que o cookie AutoDelete
— um plug in existente em vários navegadores — seria um outro modo de
gerenciar esses cookies.
“Assim que eu fechar aquela aba, ele deleta todos os cookies ou mesmo recusa
todos”, afirma.
Além do gerenciamento de cookies, o professor ressalta que, além
disso, é necessário tomar cuidado com login e sempre ter certeza que está no
site correto. “Não acredite que você está no site correto. Vai lá no navegador
e digita o nome do site para onde quer navegar”, pondera. Isso evita que forneçamos
dados para sites forjados. Fonte: Jornal da USP - 14/04/22