A probabilidade de mulheres em grupos de pesquisa receberem
crédito pela autoria de artigos científicos e patentes é significativamente
menor do que a de homens. A diferença ocorre em quase todas as áreas da ciência
e etapas da carreira. A desigualdade se deve, ao menos em parte, à falta de
reconhecimento da contribuição feminina para as pesquisas, segundo estudo
liderado pelo economista Matthew Ross, da Universidade Northeastern, nos
Estados Unidos. Ele e colaboradores analisaram dados administrativos do período
2013-2016 de grupos de pesquisa em mais de 50 instituições de ensino superior
norte-americanas – havia informações de 128.859 pesquisadores trabalhando em
quase 10 mil equipes. A probabilidade de mulheres receberem crédito por artigos
científicos e patentes foi, respectivamente, 13,2% e 58,4% menor do que a dos
homens do grupo. Ross e colaboradores também aplicaram um questionário
qualitativo a mais de 2.400 pesquisadores e fizeram um levantamento extensivo
de autores de artigos e patentes. A sondagem mostrou que 43% das mulheres e 38%
dos homens respondentes já haviam sido excluídos da autoria de um artigo
científico do qual participaram. Mulheres, além disso, têm muito menos chance
de serem listadas como autoras em artigos de alto impacto (Nature, 22 de junho).
Fonte: Pesquisa FAPESP - agosto 2022
Fonte: Pesquisa FAPESP - agosto 2022