08 junho 2015

A importância da divulgação científica como prática acadêmica

O Brasil tem incrementado, a cada ano, sua produção científica no contexto mundial, saltando de menos de 1% da produção global nos anos 1990 para cerca de 3% em 2014. Esforços para melhorar a qualidade e impacto da ciência brasileira fazem parte de nossos constantes e legítimos esforços. Neste cenário, a divulgação científica passa a desempenhar um papel coadjuvante, ao invés de mero figurante.
Embora a divulgação científica não seja, muitas vezes, vista como parte das atividades da comunidade acadêmica ou mesmo de periódicos científicos, cujo papel sempre foi comunicar a ciência para pares, se coloca, crescentemente, como atividade necessária, relevante e, até, obrigatória para que se estabeleça uma ponte definitiva entre ciência e sociedade.
Ademais, num mundo em que a multi, inter e transdisciplinaridade são desejadas e incentivadas, falar para e com o “público leigo” significa também falar para especialistas de outros campos do conhecimento que, fora de sua área, são também leigos.

02 junho 2015

Associações e universidades criticam nova política de acesso da Elsevier

Maior limitação das licenças de publicação e aumento do período de embargo são algumas das novas políticas de acesso, hospedagem e compartilhamento da Elsevier, divisão editorial-científica da multinacional RELX Group responsável por mais de 2.500 periódicos científicos e base de indexação, entre eles, The Lancet e Cell e Scopus.
Assim que foram divulgadas, em 30 de abril, diversas instituições de pesquisa, associações científicas, bibliotecas públicas e universidades mobilizaram-se para questionar o aumento das restrições e a tomada de medidas draconianas perante aos autores.
“Apesar do posiociomento público da Elsevier pelo avanço das políticas de compartilhamento do conhecimento, o que acontece é justamente ao contrário disso. As diretrizes impõem um inaceitável período de embargo de 48 meses em alguns periódicos. Exigem também que os autores encaminhem um termo de compromisso de não uso comercial e de não realização de obras derivadas para cada artigo indexado nos repositórios do grupo, o que inibe significativamente a possibilidade de reutilização do conteúdo desses artigos. Qualquer atraso no processo livre apropriação e avaliação das pesquisas reduz o progresso científico e ergue constrangimentos desnecessários aos benefícios que o conhecimento pode trazer ao público” aponta o manifesto assinado pela Abrasco, pelo Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO); pelo Instituto Brasileiro de Ciências da Informação (IBICT); entre outras associações. Organizado pela Confederation of Open Acess Repositories (COAR), o documento está aberto a assinaturas individuais e institucionais.
Não é a primeira vez que o Grupo Elsevier é questionado por suas ações. Em 2012, um grupo de pesquisadores e matemáticos da Universidade de Cambrigde, na Inglaterra, iniciaram um movimento de boicote aos periódicos da multinacional, questionando seu alto poder de concentração econômica; preços abusivos das assinaturas e proteção de direitos econômicos acima dos interesses dos autores. Saiba mais aqui aqui.

01 junho 2015

Guia facilita a busca de informações na Biblioteca Virtual da FAPESP

A equipe de coordenação da Biblioteca Virtual (BV) da FAPESP desenvolveu um tutorial para auxiliar os usuários do sistema de informação referencial de acesso aberto, em português e inglês, sobre pesquisas em andamento ou concluídas realizadas com apoio da Fundação, a fazerem buscas na base de dados.
Lançada em 2005, a BV tem mais de 4 milhões de acessos anuais e incorporou uma série de recursos nesses últimos dez anos a fim de agregar valor aos resultados das buscas feitas pelos usuários e facilitar a visualização dos dados.

22 maio 2015

FAPESP e British Council apoiarão cursos de comunicação científica para pesquisadores

A FAPESP e o British Council anunciam uma chamada de propostas para a realização de cursos de curta duração voltados ao desenvolvimento de habilidades em comunicação científica.
A oportunidade, no âmbito do programa Researcher Connect, tem apoio do Newton Fund. A mesma oportunidade é oferecida aos demais estados brasileiros, pelas respectivas Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs) que aderiram à chamada de propostas, em articulação com o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap).
Professores ou pesquisadores vinculados a instituições de ensino superior ou pesquisa de 17 estados brasileiros – incluindo o Estado de São Paulo – são convidados a enviar inscrições para receber uma edição do curso. Os módulos terão duração de três dias, serão ministrados em inglês e treinarão grupos de 20 pesquisadores de qualquer disciplina ou área multidisciplinar.
Há duas opções de curso:
Tipo 1: Foundation, Writing for Publications Basic, Abstracts e Better Presentations.
Tipo 2: (apenas para participantes com conhecimento avançado em inglês) Foundation, Writing for Publications Basic, Getting Published e Academic collaboration.
A FAPESP disponibilizará até R$ 12.500,00 por curso. O Newton Fund cobrirá o serviço dos treinadores e disponibilizará R$ 6.500,00 majoritariamente para cobrir os custos de viagem de suas equipes.
Os cursos deverão ocorrer entre 1º de julho de 2015 e 1º de março de 2016. Inscrições serão recebidas até 16 de junho.
Orientações para apresentação de propostas estão disponíveis em: www.fapesp.br/9451 

19 maio 2015

Publicações internacionais sobre biodiversidade ganham acesso livre

SciElo integra consórcio que digitaliza coleções de bibliotecas das principais instituições de pesquisa com acervo relevante sobre biodiversidade
As coleções de livros e outras publicações em papel pertencentes às bibliotecas das principais instituições de pesquisa no mundo – incluindo as do Brasil –, com acervos relevantes sobre biodiversidade, estão sendo digitalizadas e disponibilizadas para acesso livre na internet por meio do consórcio internacional de bibliotecas botânicas e de história natural Biodiversity Heritage Library (BHL).
Lançada em 2006, nos Estados Unidos, com o objetivo de tornar a literatura mundial sobre biodiversidade disponível por meio do acesso aberto e facilitar seu uso em projetos de pesquisa e outros fins, a iniciativa evoluiu e resultou na criação da rede global da BHL (gBHL), com a participação da África do Sul, Austrália, China, Egito, Estados Unidos e Europa. O Brasil integra a iniciativa por meio da rede BHL-SciELO.

29 abril 2015

USP de São Carlos oferece ferramentas on-line para redação científica

Com o objetivo de auxiliar a comunidade acadêmica na redação de trabalhos científicos, a Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos mantém o Portal da Escrita Científica, que reúne ferramentas de apoio à produção de artigos, dissertações, teses e outras publicações, gerenciamento de referências bibliográficas, editoração e outros recursos.
Leia  mais: 
http://agencia.fapesp.br/usp_de_sao_carlos_oferece_ferramentas_online_para_redacao_cientifica/21072/

27 abril 2015

Pós Graduação e Pesquisa no Brasil: as faces perversas de um projeto exitoso

No Brasil, contrariamente ao que ocorreu em quase todos os países ocidentais com larga tradição de pesquisa, a pós graduação não significou simplesmente  a organização da formação de pesquisadores em um outro patamar institucional, mas a  própria organização da pesquisa cientifica no país. Disso resultou um modo peculiar de organizar a pesquisa, que é muito devedor dos modelos, exigências, rituais e modos de consagração próprios ao campo acadêmico-científico.
Assim, a pesquisa foi expandida e, ao mesmo tempo, constrangida pela elaboração e apresentação públicas de dissertações, teses, artigos, relatórios e livros que, em boa parte, estavam mais voltados para a consagração acadêmica e intelectual e a inserção institucional de seus autores do que propriamente com a inovação científica e tecnológica e com o desenvolvimento social  e cultural brasileiros. Capturadas por essa lógica que presidiu a organização do sistema e, também, a ação das agências de fomento, avaliação e regulação, não é por acaso que existe uma distância das pesquisas em relação à aplicação e à produção de tecnologias e, mesmo no campo das ciências humanas e sociais, o seu baixo impacto nas políticas públicas.

16 abril 2015

A porosidade do conhecimento

É possível afirmar, embora nem sempre fácil de entender, que uma instituição de educação superior deve ser porosa. Importa, então, estar aberta à sociedade. Assim, é condição inquestionável que esteja em sintonia com o mundo do trabalho, já que o profissional do século 21 precisa estar atualizado e pronto para enfrentar as mudanças decorrentes da revolução tecnocientífica. Frente a essa realidade, não é difícil reconhecer que um centro de saber distante da sociedade encontra-se em estado de letargia.
Desse modo, avançar e progredir consubstanciam-se nos ambientes de inovação e nos processos de desenvolvimento em que se inserem as universidades e as instituições de pesquisa. Um exemplo é o Instituto de Medicina Aeroespacial, em Bonn, que realiza investigações no Centro Europeu de Astronautas, e este, por sua vez, apoia-se nos estudos e nas experiências da Agência Espacial Europeia.
Esses empreendimentos funcionam em conexões de redes entre Universidades da Europa e dos Estados Unidos. Outro exemplo é a reativação do Large Hadron Collider, maior acelerador de partículas do mundo, da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, situado na região de Genebra. Esse megaempreendimento conta com 11 mil cientistas e engenheiros, representando 580 universidades e centros de pesquisa, atuando em rede. Resulta evidente que, graças à porosidade, ou seja, à predisposição para a troca, essas duas realidades _ ciência vinculada à universidade e ao setor público ou privado _ passam a exercer um papel preponderante na transferência de tecnologia. Reafirmo o pensamento de Gerhard Casper, ex-reitor da Universidade de Stanford: “A universidade é colega da mudança, e a mudança o é da universidade que, junto ao mundo empresarial e, articulado com a área pública, aceleram o desenvolvimento social, ambiental, cultural e econômico.
Conhecimento, ciência, tecnologia e inovação são porosos e apontam para uma nova educação, em rede, que ensina a conjugar os verbos criar, inovar, aprender e servir.  Podem, contudo, servir melhor ao progresso da nação se forem permeados pelas humanidades e pelo exercício da cidadania.

26 março 2015

MCTI lança plataforma digital para integrar setor produtivo e acadêmico

Com a ferramenta ‘iTec’, empresas apresentam demandas e universidades propõem soluções conjuntas
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento as Empresas Inovadoras (Anpei) lançaram em Brasília, a plataforma iTec. Acesse o site.
A ferramenta reúne, em ambiente digital, instituições de pesquisa e empresas, para o compartilhamento de demandas e propostas de soluções inovadoras para os desafios enfrentados pelo setor empresarial.

11 março 2015

Revista Nature abre todos os seus artigos para visualização online

Prestigiada revista passa a oferecer gratuitamente conteúdos publicados desde 1869
A revista científica Nature está disponibilizando seus artigos gratuitamente para compartilhamento e leitura online. De acordo com um comunicado oficial da revista, os conteúdos publicados desde 1869 serão fornecidos para assinantes e alguns meios de comunicação em um formato que possam ser lidos, mas não copiados.
Os leitores da prestigiada revista terão a oportunidade de compartilhar links de uma versão apenas para leitura em PDF, disponibilizados pela plataforma ReadCube.
Com a iniciativa, a revista pretende incentivar o envolvimento do público com a ciência. Os conteúdos podem ser baixados para consulta local, offline, usando o próprio software da ReadCube.

Pós-graduação brasileira aceita 201 revistas 'predatórias'

Acusados no exterior de publicarem artigos científicos sem o rigor e o cuidado dos publishers tradicionais, 11 editores acadêmicos estrangeiros têm juntos pelo menos 201 periódicos cadastrados na mais  recente avaliação trienal (2010-2012) da pós-graduação brasileira, realizada em 2013 pela Capes (Coodenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão do MEC (Ministério da Educação).
Essas 201 revistas estão na base de dados online Qualis Periódicos, da Capes, que reúne cerca de 30 mil títulos e serve para orientar pesquisadores, professores e pós-graduandos a escolher publicações científicas para seus trabalhos.

04 março 2015

Eventos cientificos "caça-níqueis" preocupam cientistas brasileiros

Reportagem de Maurício Tuffani publicada na Folha de São Paulo relata o problema dos eventos organizados no Brasil sem cuidados acadêmicos e são apontados como fraudulentos por instituições de pesquisa de outros países.
Saiba mais: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2015/03/1597163-eventos-cientificos-caca-niqueis-preocupam-cientistas-brasileiros.shtml

27 fevereiro 2015

Aplicativo móvel USP Bibliotecas disponível no Google Play

O Aplicativo Bibliotecas USP encontra-se disponível para download no Google Play para aparelhos móveis que utilizam o sistema operacional Android (versão 4 ou superior).
O aplicativo compreende as mesmas funcionalidades da versão para o sistema operacional iOS e utiliza como motor de busca o Portal de Busca Integrada e permite:
a) buscar em todas as coleções locais indexadas naquele Portal (Dedalus, Portal de Revistas, Biblioteca Digital da Produção Intelectual e Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP);
b) buscar por ISBN (código de barras);
c) adicionar itens às listas pré-definidas (Desejos e Referências);
d) geolocalização de todas as bibliotecas USP.
Sugestões de correções e melhorias poderão ser enviadas para:atendimento@sibi.usp.br.

25 fevereiro 2015

Descontos para Autores USP - Springer Open, Chemistry Central e Biomed Central

O SIBiUSP informa que, a partir de 2015, além da BioMed Central (BMC), os autores USP passam a ter 25% desconto também na publicação de artigos em revistas da Chemistry Central e Springer Open.

Todos os artigos originais de pesquisa publicados pela BMC, Springer Open and Chemistry Central Journals estão disponíveis em acesso aberto, em meio eletrônico, imediatamente após sua publicação. 

Por meio da afiliação efetivada pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP (SIBiUSP), os autores da Universidade de São Paulo obtêm desconto de 25% sobre a taxa cobrada na publicação de seus artigos.

Autores que publicam com a BioMed Central, Springer Open e Chemistry Central mantêm os direitos autorais sobre seus artigos, que são licenciados pelo Creative Commons, e permitem que estes artigos sejam divulgados, acessados e re-distribuídos sem restrição, desde que a obra original seja corretamente citada, possibilitando ainda o depósito do artigo no repositório institucional da USP "Biblioteca Digital da Produção Intelectual da USP" (www.producao.usp.br).

O acesso às revistas deste Grupo Editorial estão disponíveis nos links a seguir:

Aplicativo do Portal de Periódicos disponível para usuários

Usuários do Portal de Periódicos, das mais de 400 instituições participantes, poderão baixar o aplicativo da biblioteca virtual para acessar os conteúdos assinados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) com editores internacionais. O app do Portal de Periódicos está disponível para IOS, android e outros sistemas operacionais, nas categorias Referência e Educação.
Leia mais: http://www-periodicos-capes-gov-br.ez67.periodicos.capes.gov.br/?option=com_pnews&component=NewsShow&view=pnewsnewsshow&cid=275&mn=71

Acesso a bases de Química assinadas com a Royal Society of Chemistry

O contrato RSC Gold Journals assinado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) oferece acesso a mais de 40 periódicos em texto completo publicados pela Royal Society of Chemistry. O conteúdo, disponível desde 1876 até o presente, pode ser pesquisado no Portal de Periódicos. Além dos títulos correntes, os usuários das instituições participantes do Portal têm acesso aos backfiles datados de 1841.
Leia mais: http://www-periodicos-capes-gov-br.ez67.periodicos.capes.gov.br/?option=com_pnews&component=NewsShow&view=pnewsnewsshow&cid=286&mn=71

06 fevereiro 2015

A Rede SciELO publica mais de 500 mil artigos em acesso aberto em 17 anos de operação

A Rede SciELO inicia o ano de 2015 com o recorde de mais de 500 mil artigos indexados e publicados online, todos em acesso aberto. Esse recorde é resultado da publicação regular das 13 coleções de periódicos certificadas da rede, 
Leia mais: http://blog.scielo.org/blog/2015/02/06/a-rede-scielo-publica-mais-de-500-mil-artigos-em-acesso-aberto-em-17-anos-de-operacao/#.VNUFX_nF8aA

03 fevereiro 2015

Como a fraude em artigos afeta a atividade científica

Contra esses problemas, universidades e publicações científicas contam com poucas armas – como softwares que identificam trechos de outros artigos e a revisão de conteúdo por outros especialistas da área. 
A fabricação de dados, o plágio e a invenção de informações são alguns dos tipos de fraude mais comuns hoje. Contra esses problemas, universidades e publicações científicas contam com poucas armas – como softwares que identificam trechos de outros artigos e a revisão de conteúdo por outros especialistas da área.
http://www.jornaldaciencia.org.br/edicoes/?url=http://jcnoticias.jornaldaciencia.org.br/8-como-fraude-em-artigos-afeta-atividade-cientifica/

Biblioteca SciELO lança diretrizes para internacionalizar sua coleção de revistas

2015 promete ser um ano de mudança para a biblioteca virtual SciELO (sigla de Scientific Eletronic Library On Line), coleção de 280 revistas científicas brasileiras disponíveis de modo aberto e gratuito na internet. A adoção de novos crité- rios para admissão e permanência de publicações na biblioteca exigirá que as revistas promovam medidas concretas para aumentar a presença e o impacto internacional de seus artigos.

Saiba mais: http://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2015/01/032-035_Scielo_227.pdf?e3459e

30 janeiro 2015

Produção científica e lixo acadêmico no Brasil

Dois artigos publicados recentemente pela revista britânica "Nature", especializada em ciência, deixam o Brasil e, em especial, a comunidade acadêmica brasileira, profundamente envergonhados. 
A "Nature" nos acusa, em primeiro lugar, de produzir mais lixo do que conhecimento em ciência. Nas revistas mais severas quanto à qualidade de ciência, selecionadas como de excelência pelo periódico, cientistas brasileiros preenchem apenas 1% das publicações.