22 janeiro 2018

Brasil é o país com mais publicação científica em acesso aberto

Relatório internacional mostra que 75% dos artigos em periódicos nacionais estão disponíveis gratuitamente, em grande parte graças à biblioteca SciELO

Em 13º lugar entre os países que mais produzem artigos científicos no mundo, o Brasil tem a maior porcentagem disponível gratuitamente e sem entraves via internet – o chamado acesso aberto. Os dados estão em relatório publicado este mês pela Science-Metrix, uma empresa norte-americana dedicada a avaliar atividades ligadas a ciência e tecnologia.
Dos artigos publicados em periódicos brasileiros, 74% têm acesso aberto. O fenômeno se deve em grande parte à biblioteca virtual  SciELO (sigla de Scientific Electronic Library Online), que reúne 283 periódicos brasileiros e por volta de mil de outros países. O acesso aberto parece ser uma estratégia relevante para difusão da ciência produzida em cada país, dado que artigos facilmente disponíveis têm mostrado um índice de citação maior. O engajamento Brasileiro nessa tendência foi detalhado na edição de setembro de 2017 de Pesquisa FAPESP.
Nos Estados Unidos, o país com maior produção científica no mundo, dois terços dos artigos publicados têm acesso aberto gratuito. Esse tipo de publicação não é homogêneo em todas as áreas do conhecimento, tendo preponderância em ciências da saúde e ciências naturais, mas traz benefícios em todas as áreas. Um achado curioso é que a chamada via verde de acesso aberto, em que os artigos são postos à disposição pelos próprios autores, rende mais citações do que a via dourada, em que a ação é do periódico. Entender essas tendências requer estudo de longo prazo, já que são necessários alguns anos para se avaliar o quanto um artigo é citado.

China é o país que produz mais artigos científicos no mundo. Brasil é o 12º

Estudo da National Science Foundation (NSF) dos Estados Unidos divulgado ontem, 18, aponta que em termos de quantidade, os chineses ultrapassaram os Estados Unidos. Investimento maciço em C&T é apontado como fator determinante desse avanço
Um estudo apresentado  pela National Science Foundation (NSF) dos Estados Unidos apontou que a China é o país que mais produz artigos científicos no mundo, em termos de números absolutos, ultrapassando o gigante norte-americano. O relatório Science & Engineering Indicators 2018 foi publicado ontem, 18 de janeiro, destacando que os norte-americanos mantêm a liderança em muitos aspectos da produção científica, mas vêm perdendo espaço na competição mundial, especialmente para os países em desenvolvimento.
Brasil aparece em 12º lugar entre os países com maior número de trabalhos publicados, com 53 mil artigos em 2016 – os chineses, no mesmo ano, tiveram 426 mil publicações. Além da China, a Índia, Coreia do Sul e Rússia – países que integram os Brics – figuram entre as dez nações que mais publicam artigos científicos no mundo. A Índia está terceiro lugar, com 110 mil artigos, ultrapassando o Japão, em número de produção científica.
O relatório foi destaque também na revista Nature, que observou uma tendência entre os países em desenvolvimento, que estão intensificando seus investimentos em ciência e tecnologia, de seguir uma direção ascendente nesse cenário. No entanto, conforme ressaltam, os Estados Unidos continuam sendo uma potência científica mundial, com pesquisas de alto nível de qualidade e impacto, formando o maior de número de doutores em ciência e tecnologia, além de ser, ainda, o principal destino de pesquisadores internacionais.
O que mais chama a atenção, no entanto, é o crescimento da China nos últimos 10 anos. Em 2006, o país tinha aproximadamente 190 mil artigos publicados, e em 2016 conquistou a liderança mundial com mais de 426 mil, um aumento de quase 125%. Segundo o estudo, o  governo chinês vem ampliando gradualmente os investimentos em CT&I, e atualmente destina cerca de US$ 408 bilhões por ano em ciência e tecnologia (nos EUA, os investimentos giram em torno de US$ 500 bi, valor que não mudou muito nos últimos anos, segundo o relatório).
O Brasil, no mesmo período, também teve um aumento significante, de 89%, no número de artigos publicados, porém está muito aquém das economias emergentes que figuram entre os dez maiores, e os investimentos em ciência e tecnologia vêm caindo severamente nos últimos dois anos, deixando o sistema científico nacional à beira de um colapso.

Porque não citar a Wikipédia na sua pesquisa acadêmica

A Wikipédia pode ser usada como ponto de partida em sua pesquisa - uma maneira de abordar um conceito, ideia, evento, problema ... mas você precisa confirmar as informações com outras fontes mais acadêmicas confiáveis. A Wikipédia não deve ser citada em trabalhos acadêmicos porque ela não é uma fonte primária de pesquisa e nem é seletiva em termos do que está ou não está sendo incluído em uma entrada.



19 janeiro 2018

Relatório da Clarivate intitulado "Research in Brazil" revela panorama da produção científica do Brasil (2011-2016)

O Relatório intitulado Research in Brazil, produzido pela equipe de analistas de dados da Clarivate Analytics para a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) apresenta elementos que corroboram significativa melhora de desempenho da pesquisa brasileira de 2011 a 2016. 
Os dados analisados foram obtidos do InCites, plataforma analítica baseada nos documentos (artigos, trabalhos de eventos, livros, patentes, sites e estruturas químicas, compostos e reações) indexados na base de dados multidisciplinar Web of Science editada pela Clarivate Analytics (anteriormente produzida pela Thomson Reuters). O Relatório procura responder perguntas sobre como a pesquisa brasileira está mudando e como o desempenho foi afetado por mudanças na política e no financiamento. Usando a bibliometria para analisar documentos de pesquisa brasileiros publicados entre 2011 e 2016, foram identificados pontos fortes e oportunidades para a política de pesquisa e ciência brasileira. Além dos dados de desempenho global, o Relatório contém apêndices que apresentam informações metodológicas e perfis dos estados brasileiros mais produtivos.
Esta matéria apresenta um resumo das análises, conclusões e gráficos contidos no Relatório original (tradução livre). 

18 janeiro 2018

A metrópole e a ciência

Estudo analisa papers de autores de 2 mil cidades do mundo e coloca São Paulo entre as 20 com maior produção

Um estudo publicado em agosto no Journal of Informetrics identificou um deslocamento do volume da produção científica de países desenvolvidos para nações emergentes, ao analisar artigos produzidos em 2.194 cidades do mundo nas últimas três décadas. De acordo com o trabalho, a mudança mostra que países como China, Índia, Irã e Brasil passaram a ocupar posições de destaque na ciência global em termos quantitativos.No período de 1986 a 1995 predominavam municípios dos Estados Unidos e da Europa entre as 15 metrópoles cujos pesquisadores mais publicaram papers no mundo. Já entre 2006 e 2015, o grupo das cidades com maior produção científica ficou mais diversificado: Beijing, Seul, Teerã e São Paulo também passaram a figurar no topo desse ranking. “Tudo leva a crer que não é um fenômeno temporário, mas uma tendência consistente”, afirma o autor da pesquisa, György Csomós, professor do Departamento de Engenharia da Universidade de Debrecen, na Hungria. “O impacto da pesquisa nesses novos centros ainda é inferior ao de cidades nos Estados Unidos e na Europa, mas o nosso estudo não avaliou citações”, pondera.
O estudo selecionou localidades onde foram produzidos pelo menos mil artigos indexados na base de dados Scopus, da Elsevier, entre 1986 e 2015. György Csomós observou que Tóquio, no Japão, foi a cidade mais produtiva de 1986 a 2005, com 366.405 artigos publicados. A partir de 2006, a capital chinesa assumiu a liderança – em quase uma década, pesquisadores de Beijing publicaram 664.414 artigos (ver quadro). “A crescente importância de Beijing tem sido objeto de estudos nos últimos anos. O caso chinês é acompanhado por outras metrópoles emergentes”, explica o pesquisador húngaro. Para ele, isso é um sinal de que a produção de ciência está se espalhando para novos polos. Leia mais

Declaração conjunta recomenda uso não-comercial da produção acadêmica e científica

A licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-Compartilha Igual (CC BY-NC-SA) não permite o uso da obra para fins comerciais e obriga que esta se mantenha nas condições definidas pelo proprietário dos direitos autorais. Ela permite compartilhar, distribuir, baixar e usar o material – por exemplo, uma antologia – para fins acadêmicos, mas não vendê-lo. Se alguém faz um trabalho derivado usando um artigo, não há problema, mas o trabalho deverá ser compartilhado igualmente sob uma licença CC BY-NC-SA , para que qualquer pessoa possa reutilizar, compilar e assim por diante.
Declaração do México em favor do ecossistema Latino-Americano de acesso aberto não comercial

Ressaltando que muitas instituições abriram acesso ao conhecimento, tornando-o disponível, sem barreiras e sem custo em benefício da humanidade, com o entendimento de que o conhecimento, especialmente o que é resultado do financiamento público, é um bem comum e o acesso a ele, um direito humano.

Reconhecendo que o obstáculo ao acesso ao conhecimento internacional não é tecnológico, mas sim poder pagar o acesso às bases de dados comerciais, razão pela qual criaram-se consórcios nos países para enfrentar o aumento contínuo dos preços, mas o custo e as restrições ao uso de documentos aumentaram e agora se somam ao custo de pagar pela publicação em acesso aberto (APC – Article Processing Charges, em português – taxas de processamento de artigos, e BPC – Book Processing Charges – taxas de processamento de livros) e o fato de que essas bases comerciais se tornaram matéria-prima da avaliação da pesquisa.  Leia mais

Relatório da Springer-Nature analisa como o acesso aberto influencia o uso e impacto dos livros científicos

Intitulado “The OA effect: How does open access affect the usage of scholarly books?”, o relatório foi publicado em novembro de 2017 e é a primeira grande análise comparativa de dados de uso para livros em acesso aberto (OA) e livros em formato convencional. As descobertas mostram que há benefícios em publicar um livro em acesso aberto. Para o levantamento, foram incluídos na análise de downloads 216 livros em Open Access (OA) e 17.124 livros não-OA.
O livro disponível em acesso aberto é baixado sete vezes mais: Em média, são quase 30.000 downloads de capítulo por livro em acesso aberto no primeiro ano de publicação. Sete vezes mais do que no caso de um livro convencional. 
O livro é citado 50% mais: As citações são, em média, 50% maiores para livros de acesso aberto, ao longo de um período de quatro anos.
Os livros disponíveis em acesso aberto são mencionados 10 vezes mais que os livros não disponíveis em acesso aberto durante um período de três anos.
Entrevistas realizadas com autores e com agências financiadoras também revelaram alguns temas comuns:
– Livros em acesso aberto proporcionam maior visibilidade às obras. Tanto para financiadores quanto para autores, a principal motivação em publicar em acesso aberto é a garantia da maior distribuição possível dos resultados da pesquisa científica.
– Vários entrevistados argumentaram que o acesso aberto não é apenas um modelo de publicação, mas também um meio de abordar a questão da igualdade de acesso ao conhecimento e de garantir que a pesquisa financiada com verba pública esteja disponível a todos.
– Informações sobre o impacto do acesso aberto: Tanto autores quanto agências financiadoras mencionaram a falta de dados sobre o impacto e implicações de se publicar livros em acesso aberto.
– Informações sobre o impacto do acesso aberto: Tanto autores quanto agências financiadoras mencionaram a falta de dados sobre o impacto e implicações de se publicar livros em acesso aberto.  Leia mais

Os professores que dão nome às avenidas da Cidade Universitária

Todos os professores homenageados foram também reitores da USP

Nomear um logradouro com o nome de uma pessoa é sempre uma homenagem. Todos os homenageados da Cidade Universitária foram professores e reitores da USP antes do atual campus ser construído. Mas qual a história do professor Luciano Gualberto, cuja avenida homônima dá acesso à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH)? Na Cidade Universitária, pontos de referência acabam sendo utilizados pelos alunos para facilitar a localização. É o que conta a professora de Toponímia na FFLCH e doutora em Linguística pela USP, Patrícia Carvalhinhos, em entrevista ao Jornal da USP: “As pessoas conhecem por nomes espontâneos, que a gente costuma dar naturalmente por pontos de referência que são importantes nos cursos, por exemplo, a Luciano Gualberto, que é a avenida onde fica tanto a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) quanto a Escola Politécnica, se você perguntar para qualquer pessoa do campus ou fora do campus, é a ‘Avenida dos bancos’. Um nome que é espontâneo e que apaga aquele nome dos reitores”.
A professora explica que no estudo da Toponímia, palavra que significa nomes dos lugares, existe também o estudo da história, da geografia, entre outras disciplinas. Segundo Patrícia, “existe esse viés de você recuperar a história dependendo do teor do nome”, que é o caso da Cidade Universitária. Ao buscar quem foram esses reitores, acha-se uma parte da história da Universidade. Leia mais

USP institui Política Ambiental para todos os campi

O documento prevê a criação de políticas específicas para temas como água, reservas ecológicas, resíduos e mobilidade
Uma resolução publicada no dia 12 de janeiro instituiu a Política Ambiental da USP, um conjunto de princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos de gestão ambiental da Universidade. Resultado do trabalho desenvolvido pela Superintendência de Gestão Ambiental (SGA) desde 2014, a Política Ambiental surge para orientar as ações ambientais da USP, promovendo uma gestão ambiental integrada, com a adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo, protegendo o meio ambiente e a educação ambiental.
O documento serve de base para a elaboração das Políticas Ambientais Temáticas, que definem orientações e instrumentos voltados para 11 temas específicos: sustentabilidade na administração; água e efluentes; áreas verdes e reservas ecológicas; edificações sustentáveis; educação ambiental; emissão de gases do efeito estufa e gases poluentes; energia; gestão de fauna; mobilidade; resíduos; e uso e ocupação territorial.
Segundo a superintendente de Gestão Ambiental da USP, Patricia Faga Iglecias Lemos, “o papel da SGA é dar um norte, definindo o que a Universidade espera em termos de gestão ambiental, levando em consideração a diversidade que temos entre os campi. Agora, a partir dessa política geral, nós temos condições de finalizar a revisão jurídica de cada uma das políticas temáticas. Paralelamente, alguns campi já estão trabalhando na elaboração de seus Planos de Gestão Ambiental”.
Uma inovação do documento é o princípio que reforça a cooperação técnica entre a Universidade e as diferentes esferas do poder público, das instituições de pesquisa e do setor privado. “Esse é um papel importante quando falamos em política ambiental. Como os nossos campi estão ligados a cidades, mesmo trabalhando dentro da Universidade, tudo o que fazemos aqui também pode auxiliar em políticas públicas, convertendo-se em benefícios para a sociedade”, ressaltou Patricia.
Seis anos da SGA
A Superintendência de Gestão Ambiental foi criada em fevereiro de 2012, com o propósito de definir uma política de sustentabilidade e supervisionar as atividades nesse sentido desenvolvidas na USP.
Nesses quase seis anos de existência, além de implementar a Política Ambiental da USP, a SGA reuniu diversas iniciativas voltadas para a sustentabilidade na Universidade – como o USP Recicla e o PAP – transformando-as em programas permanentes, e financiou projetos pilotos que podem, a partir de uma experiência em um campus, ser replicados em locais com características semelhantes.
A superintendência também integra diversas redes de universidades que fomentam discussões sobre questões ambientais, como a rede World CitiesWorld Class (WC2) e o Global Universities Partnership on Environment for Sustainability (Gupes).

17 janeiro 2018

Táticas para elevar o impacto

Para obter mais citações, revistas do Brasil aumentam rigor e recorrem a apoio especializado



Um conjunto de revistas científicas publicadas por instituições brasileiras conseguiu elevar seu impacto a um patamar que, embora modesto para os padrões internacionais, é inédito para o ambiente nacional. Segundo o relatório de 2017 do Journal Citation Reports (JCR), base de dados da Clarivate Analytics, cinco periódicos de acesso aberto entre os mais de 130 do país indexados na base Web of Science tiveram em 2016 um fator de impacto (FI) superior a 2. Significa que, em média, os artigos dessas revistas publicados no biênio anterior foram citados em outros periódicos pouco mais de duas vezes em 2016. No relatório de 2015, apenas três títulos do Brasil haviam obtido esse desempenho.

Algumas revistas buscaram apoio editorial especializado para melhorar seu desempenho. Há alguns anos, a Elsevier ofereceu a periódicos do Brasil, que em geral pertencem a sociedades científicas e universidades, a oportunidade de terceirizarem seu processo de organização e publicação de artigos. Pouco mais de uma dezena de revistas contratou esses serviços, que, no entanto, não está mais disponível. “Houve uma confusão em setores da comunidade científica e surgiram críticas de que estávamos encampando as revistas, o que não era verdade”, diz Dante Cid, vice-presidente de relações acadêmicas da Elsevier na América Latina. Leia mais

Revisão em praça pública: publicação de preprints

Bastante utilizado nas ciências exatas, modelo de publicação de preprints ganha espaço na biologia e nas ciências sociais

A Wellcome Trust, fundação do Reino Unido que financia pesquisa biomédica, anunciou no dia 17 de janeiro que passará a aceitar preprints nas referências bibliográficas dos projetos que apoia. Preprints são artigos que ainda não passaram pelo crivo da revisão por pares, a forma de avaliação consagrada em revistas científicas – em vez disso, eles são disponibilizados em repositórios eletrônicos públicos e expõem seus resultados à crítica instantânea da comunidade científica. “Esperamos que, ao citar preprints, os pesquisadores sintam-se encorajados a utilizar esse modelo para divulgar resultados e descobertas mais rapidamente”, explicou, em um comunicado, Robert Kiley, diretor de serviços digitais da Wellcome Trust. No dia 24 de março, foi a vez de os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), principal organização de fomento à pesquisa médica dos Estados Unidos, autorizarem que seus candidatos citem preprints nos projetos submetidos à agência. Revistas científicas costumam levar meses ou até mais de um ano para cumprir as etapas do processo de avaliação de um artigo e publicá-lo efetivamente. Já no caso de um preprint, o manuscrito é imediatamente disponibilizado para leitura e comentários.

Os preprints não querem competir com a publicação convencional em revistas. Trata-se de um complemento. A iniciativa tem inspirado projetos em outros países. No Brasil, a biblioteca eletrônica SciELO (sigla para Scientific Eletronic Library On Line) anunciou em fevereiro que lançará o repositório SciELO Preprints. Segundo o comunicado da direção da biblioteca, o objetivo é dar celeridade à publicação de artigos no país. Leia mais

Informação com qualidade

Pesquisadores propõem estratégias para tornar mais confiáveis acervos de bases on-line sobre biodiversidade

A rede speciesLink, uma das bases nacionais de biodiversidade, permite a seleção de informações sobre a ocorrência e a distribuição de espécies de microrganismos, algas, fungos, plantas e animais. Desenvolvida a partir de 2001 com apoio da FAPESP, integrando 12 coleções biológicas do estado de São Paulo, a base se expandiu, principalmente com o Herbário Virtual da Flora e dos Fungos, um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (CNPq), e hoje reúne registros de 470 coleções do Brasil e de outros países. Essas coleções compartilham cerca de 9 milhões de registros de 125 mil espécies, das quais 2.756 ameaçadas de extinção. 
Do total de registros, 68% possuem coordenadas geográficas exatas, no município indicado na coleta, 23% não têm informação sobre a localização da coleta e 8% apresentam dados imprecisos. As coordenadas de 1% do total de registros estão bloqueadas para verificação pelos curadores, os especialistas responsáveis pelos dados de cada coleção. “Se um dado for considerado sensível, como a coordenada geográfica de uma espécie ameaçada de alto valor comercial, a localização ou até o registro completo pode ser bloqueado. Cabe ao curador decidir o que deve ser compartilhado na rede”, diz a engenheira de alimentos Dora Canhos, diretora do Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria), de Campinas, instituição responsável pelo desenvolvimento e manutenção da rede speciesLink. “Todo erro precisa ser corrigido na origem. Nenhum registro é alterado pelo Cria.” Uma vez incorporada à rede, a informação é compartilhada de forma livre e aberta a qualquer interessado.  Leia mais

Figshare e SciELO estabelecem parceria para posicionar dados suplementares na vanguarda

SciELO Brasil agora usa Figshare para posicionar material suplementar de mais de 200 de suas revistas
Scientific Electronic Library Online (SciELO) anunciou uma parceria com a Figshare, um repositório em nuvem para pesquisa acadêmica.
O portal SciELO - disponível em https://scielo.figshare.com/ - é um lugar agregador para que os pesquisadores acessem os resultados de pesquisa mais recentes da SciELO, dos mapas climáticos brasileiros aos dados que avaliam as zonas de risco no Chile. O portal cobre os periódicos SciELO do Brasil. Cada revista possui sua própria página para exibir seus dados.
Como parte desta parceria, todos os dados dentro do portal serão hospedados de forma segura e serão atribuídos um identificador de objeto digital (DOI). Mais de 1.000 tipos de arquivos diferentes serão visualizados no navegador, tornando mais fácil para as pessoas se envolverem com os dados.
Além disso, as estatísticas, incluindo visualizações, downloads, citações e informações Altmetric estão disponíveis até o nível do item. Os administradores também terão um painel de estatísticas completo, customizado para suas necessidades de relatórios.
Abel Packer, Diretor do Programa SciELO, disse: "A Figshare adicionará uma nova dimensão na divulgação da pesquisa comunicada pelos periódicos SciELO, disponibilizando tabelas, figuras e material complementar como conteúdo indexado separado".
Mark Hahnel, CEO e fundador da Figshare, disse: "Estamos satisfeitos em poder nos associar à SciELO para destacar e mostrar os dados que merecem estar na vanguarda. Esperamos que isso torne ainda mais fácil para os autores e outros pesquisadores descobrir e reutilizar os dados suplementares."

Figshare: repositório científico facilita armazenamento, preservação e compartilhamento de dados de pesquisa


Criado em 2011, o Figshare (https://figshare.com/) é um repositório científico on-line, aberto e gratuito, que permite aos investigadores acadêmicos preservar e compartilhar todos os dados e resultados gerados em pesquisa, de documentos (planilhas, diários, questionários e transcrições) a material multimídia (áudio, vídeo, fotografias, filmes) e procedimentos operacionais, padrões e protocolos. Trata-se fundamentalmente de um repositório que permite aos usuários disponibilizar todos os produtos e subprodutos de suas investigações, de uma maneira que estes sejam facilmente encontráveis, citáveis, compartilháveis e reconhecíveis, aumentando assim a sua visibilidade.
Para usar o Figshare basta o pesquisador criar um perfil na plataforma, que é gratuito. A cada conjunto de dados de pesquisa adicionados o próprio aplicativo atribui automaticamente um número DOI e uma referência bibliográfica. Além disso, é importante destacar, o Figshare permite a publicação de dados negativos da investigação científica.
Dividido em 20 áreas temáticas e espaços colaborativos, sob o conceito de computação em nuvem a ferramenta permite o compartilhamento dos dados, facilitando sua localização, citação e distribuição em blogs e redes sociais. Permite ainda o armazenamento de todo tipo de material dados de forma privada, para o que o usuário dispõe de um limite de 1 GB, enquanto o espaço destinado ao conteúdo público é ilimitado.
O Figshare também proporciona licenças Creative Commons CC-BY (para as figuras, material audiovisual, pôsteres, papers e grupos de arquivos) e CC0 (para bases de dados), além de gerenciar documentos QR de todo o material e outros mecanismos de integração e difusão nas principais redes sociais e gestores de referências. Essa característica facilita a indexação do conteúdo nos principais sistemas de buscas e bases de dados e, ao mesmo tempo, proporciona estatísticas sobre a visualização do documento, incluindo o número de citações, na web ou outros meios. Uma vez que é levado em conta pelas principais ferramentas altimétricas, entre as quais Almetrics.com, ImpactStory e Plum, o Figshare tem sido bastante útil na medição do impacto social da investigação, em associação com outras plataformas, como a F1000 Research, PLOS ONE, Taylor & Francis e IOP Publishing.
Com mais de 1,5 milhões de dados e objetos públicos, o repositório foi desenvolvido pela Macmillan Publishers, operando, desde 2013, em colaboração com a PLOS e a ImpactStory, que dá suporte à coleta de dados altimétricos. A conta gratuita proporciona 1GB de espaço privado e 1 espaço colaborativo para até 5 colaboradores. Recursos adicionais podem ser comprados pelo pesquisador.
É importante lembrar que, desde 2014, algumas das principais publicações científicas passaram a exigir que os dados da pesquisa que embasam os artigos científicos devem ser facilmente acessíveis, citados e referenciados. Como observa a pesquisadora Elisabeth Dudziak (link: http://www.sibi.usp.br/noticias/dados-materiais-metodos-revistas-exigem-dados-pesquisa-estejam-disponiveis/), o repositório Figshare é indicado pela Editora Wiley para disponibilização de dados de pesquisa.

15 janeiro 2018

Por que artigos científicos são mais citados do que se pensa, segundo esta pesquisa

Revista Nature realizou uma ampla análise dos trabalhos publicados entre 1980 e 2015, acompanhados pela plataforma Web of Science
Qualquer novo conhecimento científico é criado com base naquilo que outros estudaram anteriormente. Cientistas reconhecem isso, e citam formalmente em seus trabalhos acadêmicos as pesquisas nas quais se basearam. Isso é uma forma de garantir que suas conclusões são consistentes, e que é possível refazer os passos até chegar a elas.
As citações também garantem status na academia. Quando um artigo é muito citado, a interpretação é de que ele contribuiu para o avanço do tema em questão. Os responsáveis ganham visibilidade e um bom argumento para buscar financiamento ou vagas em instituições de pesquisa. Os pouco citados não só não têm esse prestígio como temem ter gastado seu tempo em um esforço sem valor.
Um trabalho publicado em 1990 na revista Science ganhou projeção – e citações – ao concluir que não ser citado é mais do que provável. Ele afirmava que 55% das pesquisas publicadas entre 1981 e 1985 não haviam recebido uma única citação nos cinco anos após terem vindo à tona.
Agora, uma nova análise encomendada pela revista científica Nature busca desfazer essa ideia. Em uma reportagem publicada em janeiro de 2018, a revista afirma que o trabalho de 1990 é enganador, e que o uso de uma metodologia mais precisa leva a crer que a grande maioria dos artigos é citada. Segundo a Nature, o patamar seria ainda menor se fosse possível investir mais tempo e dinheiro em uma análise mais detalhada.  Leia na íntegra: Nexo   

Gestão de dados de pesquisa: o que precisamos saber hoje!

Dez razões para elaborar um Plano de Gestão de Dados (PGD)
Segundo a Comissão de Energia Nuclear do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações & Comunicações, as dez principais razões para a criação de um PGD são as seguintes:
  1. Ajustar o seu projeto de pesquisa às políticas mandatórias da sua instituição e/ou dos órgãos de fomento à pesquisa;
  2. Assegurar a integridade da pesquisa e o seu potencial de replicação;
  3. Assegurar que os dados e demais registros de pesquisa sejam acurados, completos, autênticos e confiáveis;
  4. Aumentar a sua eficiência como pesquisador – um plano que organize os dados e seu armazenamento permite que você foque na sua pesquisa. Você estará mais capacitado a localizar e usar os seus dados e compartilhá-los com os seus colaboradores;
  5. Permitir que os seus dados sejam compreensíveis agora e no futuro – se os dados são bem documentados antes e durante a formação da coleção de dados, eles serão mais facilmente entendidos e reutilizados;
  6. Economizar tempo e recursos a longo prazo;
  7. Aumentar a segurança dos dados e minimizar os riscos de perda;
  8. Evitar a duplicação de esforços na recoleta ou regeração dos dados, possibilitando que outros pesquisadores se beneficiem dos seus dados e os interprete em outros contextos e com novas visões;
  9. Aumentar a visibilidade da pesquisa – se os seus dados foram planejados para estarem organizados e corretamente arquivados, eles poderão ser identificados, recuperados e citados, aumentando a visibilidade da sua pesquisa e o seu prestígio como pesquisador;
  10. Tornar mais fácil a preservação e o arquivamento – ajustando antecipadamente a geração de dados tomando como referência as práticas, formatos e demais padrões mais adequados ao arquivamento e à preservação de longo prazo, torna a gestão de dados mais fácil e menos custosa; além do mais, tornam os dados mais aderentes aos requisitos dos repositórios e centros de dados. Leia texto na íntegra

EBSCO Treinamentos online em janeiro de 2018


VII Prêmio Fotografia-Ciência e Arte

Pesquisadores que trabalham com registros fotográficos de suas pesquisas podem se inscrever no VII Prêmio Fotografia-Ciência e Arte até o dia 19 de janeiro de 2018.
São premiados os três primeiros colocados em duas categorias: Imagens produzidas por câmeras fotográficas: Ambiente Natural e Antrópico e Instrumentos especiais: Lupa; Microscópio; Microscópio eletrônico; Telescópio; Imagem de satélite; Raio x; Ultrassom.
O primeiro lugar de cada categoria recebe R$ 8 mil. O segundo e o terceiro recebem, respectivamente, R$ 5 mil e R$ 2 mil. Além disso, o primeiro colocado de cada categoria participará da 70ª Reunião Anual da SBPC, em julho de 2018, que acontecerá em Alagoas.
Mais informações e inscrições na página do Prêmio na internet.
O Prêmio
O objetivo do Prêmio de Fotografia - Ciência & Arte é fomentar a produção de imagens com a temática de Ciência, Tecnologia e Inovação, contribuir com a divulgação e a popularização da ciência e tecnologia e ampliar o banco de imagens do CNPq.
Foi concebido em 2011, como um marco para a criação do acervo de imagens relativas à produção e à criação técnica e cientifica brasileira.
O Prêmio revela talentos e traz uma tendência relativamente recente no âmbito acadêmico científico mundial de associar as tecnologias tradicionais e inovações eletrônico-digitais à produção de imagens com temas sobre a pesquisa científica, tanto quanto objeto como produto de estudos e análises fundamentados na ciência.
Nas seis edições realizadas o Prêmio recebeu 4.196  inscrições. Foram premiados 40 trabalhos, oriundos de todas as regiões do país, notadamente 33 da Sudeste, 8 da Sul, 3 da Centro-Oeste, 3 da Nordeste e 3 da Norte.
O Prêmio pretende consolidar o objetivo de promover a popularização e a divulgação científica e tecnológica, mediante o uso e incentivo da produção de imagens no ambiente de pesquisa no Brasil.

12 janeiro 2018

Guia do Usuário do Digital Object Identifier (DOI) esclarece dúvidas de editores e autores

O Digital Object Identifier (DOI) é um identificador internacionalmente aceito e, cada vez mais, tem se tornado essencial, principalmente para documentos digitais. 
O DOI é um sistema que engloba diferentes subsistemas para o depósito de metadados e a resolução dos nomes DOI. De forma direta, consiste em um par composto por identificador e metadados, em que os metadados podem ser recuperados a partir do identificador.  Entre os elementos descritivos estão localização, dados de propriedade intelectual e relacionamento com outros objetos, a partir dos quais uma série de serviços pode ser implementada.
A adoção do DOI por parte dos editores indica preocupação com a qualidade e profissionalismo. Para os autores, artigos com DOI agilizam o processo de preenchimento dos formulários do Currículo Lattes e melhoram a acurácia das informações, além de validá-las, no sentido da coleta de informações fornecidas pelos editores de uma base confiável. Isso é possível porque a Crossref e outras agências mantêm bases de dados sobre os artigos. 
Alguns periódicos brasileiros ainda não o adotam ou apresentam dificuldades na sua gestão. Com esse objetivo foi elaborado o Guia, congregando esforços da Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC), do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e da Crossref.
O DOI também pode ser atribuído, além dos artigos de revistas, a outros objetos digitais como livros, relatórios, teses e dissertações. Nesse sentido, é importante destacar que todas as teses e dissertações defendidas na USP já estão identificadas com o DOI.    Acesse o Guia do Usuário.