20 fevereiro 2019

Taxas de publicação ameaçam plano de acesso aberto a revistas científicas

Em carta na Science, pesquisadores brasileiros alertam que Plano S não tem diretrizes realistas para controlar taxas cobradas por periódicos.

Publicar em revistas de acesso aberto de alta visibilidade pode se tornar inviável para a maioria dos cientistas caso o Plano S – uma iniciativa internacional concebida para acabar como o “paywall” das revistas científicas – seja implementado sem uma estratégia mais realista para limitar os preços das taxas de publicação.
O alerta foi feito no início do mês na seção de cartas da revista Science pelos pesquisadores brasileiros Alicia Kowaltowski, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), e Marcus Oliveira, do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (Plan S: Unrealistic capped fee structure).
Lançado em setembro de 2018 por agências de financiamento de pesquisa de 11 países da Europa, o Plano S (ou Coalizão S) determina que, a partir do início de 2020, só terão recursos públicos os cientistas que publicarem seus trabalhos exclusivamente em revistas de acesso aberto, que não cobram pelo acesso dos leitores. Nessas revistas, porém, os pesquisadores devem pagar uma taxa às editoras. 
Taxas muito altas
Em sua carta na Science, os cientistas brasileiros dizem não ser realista a estratégia do Plano S para controlar as taxas de publicação em periódicos de acesso aberto. Segundo eles, se essa discussão não for feita antes da implementação do plano, a publicação em revistas de acesso aberto de grande visibilidade – que têm taxas mais altas – acabará se tornando inviável para a maioria dos pesquisadores.
“Embora nós apoiemos o modelo de acesso aberto, preocupa-nos que a estrutura de taxas do Plano S não seja realista”, escreveram os cientistas brasileiros.
Segundo eles, no Brasil, embora as agências de financiamento paguem taxas de publicação, não há recursos suplementares para os custos de publicação em acesso aberto, que pode passar dos US$ 5 mil por um só artigo. “Em vez disso, esses custos são subtraídos do valor total das bolsas, o que significa que os autores precisam escolher entre o acesso aberto e os materiais de laboratório”, diz a carta.
“Somos totalmente favoráveis ao acesso aberto, mas é preciso garantir que essa transição seja feita de uma maneira que os interesses comerciais não prevaleçam. Nossa principal preocupação é que o Plano S entrará em vigor em menos de um ano e ainda não sabemos o que será feito para limitar as taxas”, disse Alicia a Direto da Ciência.
Sociedades científicas
Para amenizar o problema, Alicia e Oliveira propõem em sua carta à Science que os cientistas sejam estimulados a publicar em plataformas e revistas que são mantidas por sociedades científicas e editadas por cientistas ativos, em vez de editores profissionais.
“A saída que propomos envolve pensar com mais cuidado para quem nós cientistas estamos entregando nossas publicações. Gostaria de entregá-las para cientistas e que o pagamento pela publicação gerasse retorno para a sociedade”, disse a pesquisadora.
Alicia menciona como exemplo a revista de acesso aberto Redox Biology, da qual é editora associada. O periódico, que cobra de US$ 1,9 mil a US$ 2,4 mil por publicação, é publicado pela gigante Elsevier, mas é o veículo oficial da Sociedade de Biologia e Medicina Redox e da Sociedade de Pesquisa sobre Radicais Livres da Europa.  Fonte: Direto da Ciência

19 fevereiro 2019

Como funcionam o Qualis Capes e os indicadores internacionais


Usuários têm acesso a coleção de títulos da Sociedade Americana de Química

Os títulos abrangem, além de química, os campos de bioquímica,biofísica, farmacologia e toxicologia, engenharia química, engenharia de materiais, metalúrgica, engenharia sanitária, ciências ambientais e ciência e tecnologia de alimentos. Os periódicos do 
ACS Core Plus Packageestão disponíveis para todas as instituições participantes do Portal de Periódicos da CAPES. O Portal de Periódicos da CAPES oferece aos usuários ligados à uímica vários recursos para estudo e pesquisa.Entre eles estáa coleção Core Plus da American Chemical Society (ACS), que é reconhecidamente uma referência segura para consulta à literatura da área. Pesquisadores e estudantes da comunidade brasileira 
têm à disposição15 revistas científicas do pacote.
“Vale ressaltar que se tratam de revistas científicas de impacto global, com fundamental importância para o desenvolvimento e o avanço da pesquisa científica no campo da química e ciências correlatas, ressalta Regiane. Artigos da editora publicados a partir de 1896 estão disponíveis pelo Portal. O acesso ao conteúdo pode ser feito de duas formas: pela opção buscar base (termo de consulta: ACS Journals Search) ou pelo link buscar periódico(inserindo o nome ou o ISSN do título).

                  :: Accounts of Chemical Research (0001-4842)
                  :: Analytical Chemistry (0003-2700)
                  :: Biochemistry (0006-2960)
                  :: Chemical Reviews (0009-2665)
                  :: Environmental Science and Tecnology (0013-936X)
                  :: Inorganic Chemistry (0020-1669)
                  :: Journal of Chemical Education (0021-9584)
                  :: Journal of Medicinal Chemistry (0022-2623)
                  :: Journal of the American Chemical Society (0002-7863)
                  :: Langmuir (0743-7463)
                  :: Macromolecules (0024-9297)
                  :: Nano Letters (1530-6984)
                  :: Organic Letters (1523-7060)
                  :: The Journal of Organic Chemistry (0022-3263)
                  :: The Journal of Physical Chemistry (0022-3654)
                      o    The Journal of Physical Chemistry A (1089-5639)
                      o    The Journal of Physical Chemistry B (1520-6106)
                      o    The Journal of Physical Chemistry C (1932-7447)

Fonte: Portal de Periódicos da CAPES

18 fevereiro 2019

As bibliotecas do século 21


Na Holanda, acaba de ser inaugurada a LocHal, uma bilbioteca pública com uma visão super integradora: além do acervo, a LocHal oferece espaços de discussão e laboratórios hightech, para que o conhecimento vindo dos livros seja colocado em prática.
A LocHal de Tilburg, na Holanda, foi construída em um antigo galpão de locomotivas. Com charme nostálgico, look industrial e recursos hightech, a construção dos anos 30 virou o novo ponto de encontro da pequena cidade ao sul de Amsterdã. O projeto da LocHal é assinado por Ingrid van der Heijden, que teve como motivação central promover o contato e o intercâmbio entre os visitantes.
Ideias como esta já inspiraram diversas iniciativas pela Europa. Como a Biblioteca Municipal de Stuttgart, na Alemanha.  Nela, o arquiteto coreano Eun Young Yi projetou um café e um estúdio de som. A programação do espaço oferece eventos, oficinas e shows para a população - tornando a biblioteca um ponto de cultura importante da cidade. Em Bilbao, na Espanha, a biblioteca do Centro Cultural Azkuna Zentroa foi projetada pelo designer francês Philippe Starck. 
Em uma parte da construção, o teto foi substituído por uma piscina com fundo de vidro.
Em meio a projetos tão modernos e inovadores, fica a pergunta: qual é o papel do livro na biblioteca do século 21? Para a arquiteta Ingrid van der Heijden, "as bibliotecas do futuro seguirão tendo livros, mas elas ganham relevância como espaço em si. Como um espaço para todos, onde todos são bem-vindos. E não apenas como um local para adquirir conhecimento, mas para produzi-lo."   Fonte: Deutsche Welle


15 fevereiro 2019

Conheça os diferentes cursos de pós-graduação da USP

A pós-graduação tem como objetivo formar profissionais mais especializados em sua área de atuação; qualificados para o ensino, pesquisas científicas e mercado profissional. É dividida em stricto sensu (sentido restrito), cujo foco é a área acadêmica e a produção de novos conhecimentos, compreende mestrado de doutorado, e lato sensu (sentido amplo), destinada ao mercado de trabalho, engloba especialização e cursos designados como MBAs. A USP oferece as duas modalidades para os que possuem diploma de graduação.
Os estudantes que optam pela modalidade stricto sensu podem obter diplomas em instituições distintas por meio da dupla-titulação, destinada aos que buscam complementar sua pesquisa no exterior.  Além disso, no ano passado, alguns programas de pós da Universidade adotaram o Graduate Record Examination (GRE). O exame internacional é utilizado como forma de admissão de estudantes brasileiros e estrangeiros.
É importante lembrar que a rotina da pós é exigente: são horas destinadas às leituras, visitas às bibliotecas, aulas, congressos, encontros com orientadores, ao desenvolvimento do trabalho acadêmico – dissertação, tese ou monografia – e, por vezes, viagens de pesquisa de campo. Por isso, enfrentar noites em claro pode ser comum para aqueles que precisam conciliar a pós com a carga horária imposta pelo mercado de trabalho.
Assim, a escolha por esse caminho deve ser feita após planejamento. O estudante deve ter em mente as demandas da pós e analisar se estão de acordo com os seus objetivos. No site da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) da USP, há maio informações detalhadas sobre os processos de seleção e os cursos da Universidade.  Fonte: Jornal da USP


14 fevereiro 2019

Estão abertas as inscrições para o programa CAPES-Fulbright

Por meio de uma cooperação entre a CAPES e a Comissão Fulbright, está aberto o período de candidatura para recepção de bolsas de doutorado pleno nos Estados Unidos. O edital nº 42/2018 prevê a oferta de 20 bolsas de até seis anos que abrangem todas as 49 áreas de avaliação da CAPES. A submissão de propostas poderá ser feita até 31 de março, às 17h.
Programa CAPES-Fulbright de Doutorado Pleno dá visibilidade à produção científica, tecnológica e cultural brasileira. Um de seus objetivos é a formação de recursos humanos de alto nível nos EUA.
No mês passado, Luiz Valcov Loureiro, diretor executivo da Fulbright, visitou a presidência da CAPES, juntamente com representantes dos EUA. Um dos assuntos conversados foi a parceria entre as instituições no incentivo aos cursos voltados à formação de professores, além do estreitamento das relações com universidades americanas. (Brasília – Redação CCS/CAPES)

Um marco regulatório para os endowments

Governo federal sanciona com vetos lei que regulamenta a criação de fundos patrimoniais

Brasil ganhou em janeiro uma legislação sobre fundos patrimoniais filantrópicos, os chamados fundos de endowment, mas seus efeitos sobre o financiamento à pesquisa científica por meio de doações privadas devem ser menos expressivos do que o previsto. Isso porque foram vetados todos os três artigos que tratavam de incentivos fiscais para doadores. Um dos dispositivos permitia a pessoas jurídicas deduzir o equivalente a 1,5% ou 2% do lucro operacional para doações destinadas à formação desses fundos, cujos dividendos se destinam a financiar projetos de interesse público. “Da forma como foi sancionada, a lei vai estimular pouco as doações privadas. Embora a norma dê maior segurança jurídica para os fundos, os vetos presidenciais enfraquecem seu alcance”, avalia Rudinei Toneto Júnior, responsável pelo Escritório de Parcerias da Universidade de São Paulo (USP), órgão criado em 2018 com a missão de viabilizar o ingresso de dinheiro privado em projetos da instituição. Os vetos devem ser analisados pelo Congresso Nacional ainda em fevereiro.
A razão do veto, de acordo com a justificativa do Poder Executivo, é que as isenções tributárias para doadores gerariam uma renúncia de receitas incompatível com as leis de responsabilidade fiscal e das Diretrizes Orçamentárias de 2018. A alegação foi contestada por instituições científicas, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). Em uma carta divulgada no dia 30 de janeiro, essas e outras entidades representativas pediram a derrubada dos vetos, com o argumento de que os incentivos fiscais representam o principal atrativo para a criação de fundos patrimoniais. “Convém observar que os beneficiários serão as instituições vinculadas à administração pública, cujas atividades serão apoiadas pela formação do fundo. Portanto, essa dedução não configura benefício ao doador, mas representa um estímulo para que o interessado aloque recursos na formação do fundo”, diz o documento. As entidades ainda mencionam a existência de um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), segundo o qual a isenção tributária que beneficia a administração pública não se caracteriza como renúncia fiscal propriamente dita.  Leia mais.  Fonte: Pesquisa FAPESP - fev. 2019

13 fevereiro 2019

Comunicação científica sem barreiras

Comissão Europeia e agências de apoio à pesquisa buscam aliados para implantar iniciativa de acesso aberto de alcance mundial


Cerca de 2,3 milhões de trabalhos científicos de todas as áreas do conhecimento foram publicados apenas no ano de 2016 em revistas de boa reputação classificadas na base de dados Scopus. O acesso a tamanho volume de informação, fundamental para que pesquisadores acompanhem descobertas e novidades em suas áreas e consigam colaborar para o avanço do conhecimento, poderá ser ampliado e facilitado, caso se propague um plano lançado em setembro por agências de apoio à pesquisa de 14 países, na maioria europeus. A lógica do chamado Plan S é simples: se uma pesquisa é financiada de alguma forma com dinheiro público – o que acontece com a maioria esmagadora das pesquisas em ciência básica –, seu resultado deverá ser divulgado em uma revista científica ou em uma plataforma na internet às quais qualquer pessoa tenha acesso sem pagar nada por isso. Assim, crescem as chances de levar, sem restrição, o conhecimento inovador para a sociedade, que, afinal, patrocinou seu desenvolvimento.
A iniciativa vai entrar em vigor em 2020 e é liderada pela Comissão Europeia, que a adotará em seu novo programa multilateral de financiamento à pesquisa, o Horizon Europe, com orçamento superior a € 100 bilhões, e por um grupo de agências de 14 países, entre elas instituições filantrópicas como o Wellcome Trust, no Reino Unido, e a Fundação Bill e Melinda Gates, nos Estados Unidos. As instituições proponentes financiam 3,5% da produção científica mundial, participação modesta para gerar uma transformação radical. Por isso, buscam parceiros para dar abrangência mundial ao plano. Já conseguiram um aliado de peso: a Academia de Ciências da China. “Desde o anúncio do plano, vários financiadores e nações expressaram interesse e apoio a ele, reconhecendo a necessidade de estabelecer o acesso aberto imediato. Estamos em um momento de construção global”, disse à Pesquisa FAPESP um dos mentores da iniciativa, o holandês Robert-Jan Smits, conselheiro sênior em Acesso Aberto da Comissão Europeia. Pesquisa.  Leia mais 
Fonte: Pesquisa FAPESP - fev. 2019

Propriedade intelectual: um mapa dos obstáculos

Estudo analisa por que o ambiente produtivo no Brasil é pouco inovador e mostra que produtividade acadêmica e geração de patentes são faces da mesma moeda


Um diagnóstico inquietante sobre o impacto da inovação e da proteção à propriedade intelectual no desenvolvimento do país foi divulgado em dezembro por um grupo de economistas. A análise, encomendada pela Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI), revela um panorama difícil de alterar, em que as empresas brasileiras em geral inovam pouco, e as estrangeiras se interessam de modo crescente em registrar patentes e marcas no mercado brasileiro – o que indica tanto a importância da proteção à propriedade intelectual quanto o seu uso ainda restrito no sistema produtivo do país. Também reitera as dificuldades de corrigir antigas distorções. Universidades públicas e inventores individuais seguem desempenhando no Brasil um papel proeminente no registro de patentes, enquanto em países desenvolvidos esse protagonismo é típico das empresas. Os pedidos de patentes no país continuam a demorar um tempo exagerado para serem avaliados – em média, 10 anos – e crescem a uma taxa muito mais lenta que em nações emergentes. Entre 2000 e 2016, o número de pedidos de patentes de invenção em todo o mundo mais que dobrou, passando de 1,4 milhão para 3,1 milhões. Já no Brasil, subiu de 17.258 pedidos em 2000 para 25.658 em 2017.
“Estamos nos atrasando cada vez mais em relação a países que competem diretamente com nossa indústria no mercado mundial”, afirma Antonio Marcio Buainain, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele organizou o estudo, intitulado “Propriedade intelectual, inovação e desenvolvimento: Desafios para o Brasil”, juntamente com Roney Fraga Souza, professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Um destaque positivo são os resultados de um levantamento feito por Buainain e Fraga Souza com 
4 milhões de currículos acadêmicos na plataforma Lattes. Nesse universo, foram encontrados 15.607 pesquisadores que informaram atividade no campo da proteção à propriedade intelectual: eles depositaram 27.837 pedidos de patentes e tiveram 10.552 patentes concedidas. Observou-se que 84,5% desses pesquisadores exibiam uma produtividade acadêmica elevada, com média de 27 artigos publicados. Segundo o estudo, estes pesquisadores estão longe do estereótipo que contrapõe cientistas de perfil acadêmico aos de perfil mais pragmático, que estariam mais próximos do mercado, interessados em inovar e patentear.  Leia mais
Fonte: Pesquisa FAPESP - fev. 2019

11 fevereiro 2019

Tesouros na prateleira

Espalhados pelo país, acervos de obras raras demandam proteção e prometem descobertas
A Biblioteca Nacional (BN), por meio de seu Plano Nacional de Recuperação de Obras Raras (Planor), identifica, coleta, reúne e dissemina informações sobre acervos raros do Brasil desde 1995. No entanto, seu Catálogo do Patrimônio Bibliográfico Nacional (CPBN), disponível on-line, ainda não contempla todos os acervos do país. Por ser uma plataforma coletiva, depende das informações enviadas pelas instituições. Enquanto elas não tiverem condições de identificar suas coleções raras, as lacunas permanecem. Atualmente são 386 as instituições com acervo raro identificadas no Brasil – 235 já constam do CPBN.
Diretamente associada à escassez de conhecimento científico sobre o tema parece estar uma dúvida comum aos responsáveis por acervos: como identificar uma obra rara? A antiguidade de uma obra, o conteúdo, suas ilustrações, as marcas de propriedade, o tipo de papel utilizado ou sua encadernação; exemplares com anotações manuscritas, únicos ou com tiragens reduzidas, ou de autores renomados são alguns dos critérios de classificação aceitos internacionalmente. Existem também as características específicas de cada acervo. Para compor uma coleção de livros raros, por exemplo, é preciso considerar múltiplos aspectos, explica Ana Virginia Pinheiro, que desde 2004 chefia a Divisão de Obras Raras da BN. “A antiguidade é o mais evidente, pelas características artesanais que impõe ao livro”, diz, referindo-se a papéis de trapos, gravuras e técnicas primevas de impressão. “Mas a unicidade é o mais criterioso, porque exige muito preparo do curador da coleção, porque leva em consideração as características que personalizam o exemplar, como encadernações artísticas ou marcas de leitura por leitores renomados”, observa. Leia mais
Fonte: Pesquisa FAPESP - fev. 2019

Livro conta a longa e tumultuada trajetória das bibliotecas

Editora da USP lança “História das Bibliotecas”, do historiador francês Frédéric Barbier
As primeiras bibliotecas conhecidas, datadas de meados do quarto milênio antes de Cristo e localizadas na Mesopotâmia (atual Iraque), reuniam algumas centenas de pequenas tábuas de argila, com sinais gravados em escrita cuneiforme. A mais famosa biblioteca do mundo antigo – a de Alexandria, ligada à “morada das musas”, o Museu, instituição fundada por Ptolomeu I no final do século 3 antes de Cristo – moldou a cultura livresca ocidental e impôs um modelo de biblioteca que perdura até hoje. Com o advento do cristianismo, igrejas espalhadas pela Grécia e pelo Oriente Próximo fundam suas próprias bibliotecas, embora se restrinjam a guardar manuscritos da Bíblia, livros litúrgicos, atas e correspondências.
Essas são algumas observações extraídas das primeiras páginas do livro História das Bibliotecas – De Alexandria às Bibliotecas Virtuais, do historiador francês Frédéric Barbier, que a Editora da USP (Edusp) acaba de lançar. Com 400 páginas, a obra percorre toda a história dessa instituição dedicada à conservação da cultura escrita. O livro é “um convite à reflexão sobre os muitos paradoxos que as revoluções nos sistemas de comunicação e sistematização da informação vêm sofrendo”, escreve na orelha do livro a professora Marisa Midori, docente do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e colunista da Rádio USP. “De um lado, como evitar o esvaziamento de antigas bibliotecas e de coleções inteiras de livros e de periódicos que são paulatinamente publicados na internet? De outro lado, como sistematizar e tornar inteligível um verdadeiro oceano de escritos que se renova a cada dia?”  Leia mais  
Fonte: Jornal da USP – 8/2/19

História das Bibliotecas – De Alexandria às Bibliotecas Virtuais, de Frédéric Barbier, tradução de Regina Salgado Campos, Editora da USP (Edusp), 400 páginas, R$ 86,00.

10 fevereiro 2019

Futuro da publicação e da comunicação científica

Futuro da Publicação e da Comunicação Científica / Future of scholarly publishing and scholarly communication. Relatório do Grupo de Especialistas para a Comissão Europeia

O relatório propõe uma visão para o futuro da comunicação científica; examina o sistema atual - com seus pontos fortes e fracos - e seus principais atores. Considera os papéis de pesquisadores, instituições de pesquisa, financiadores e formuladores de políticas, editores e outros provedores de serviços, bem como cidadãos e apresenta recomendações dirigidas a cada um deles. O relatório coloca os pesquisadores e suas necessidades no centro da comunicação científica do futuro e considera o conhecimento e a compreensão criados pelos pesquisadores como bens públicos. Os desenvolvimentos atuais, possibilitados principalmente pela tecnologia, resultaram em uma ampliação dos tipos de atores envolvidos na comunicação científica e, em alguns casos, na desagregação dos papéis tradicionais no sistema. O relatório considera a avaliação da pesquisa como uma pedra angular para a comunicação científica, afetando todos os atores. Pesquisadores, comunidades e todas as organizações, em particular financiadores, têm a possibilidade de melhorar o atual sistema científico de comunicação e publicação: eles devem começar trazendo mudanças para o sistema de avaliação de pesquisa. A colaboração entre os atores é essencial para a mudança positiva e para permitir a inovação no sistema de comunicação e publicação acadêmica no futuro.  Fonte: SIBiUSP

09 fevereiro 2019

Aplicativo que permite previsão imediata do clima leva primeiro lugar do Prêmio Péter Murányi 2019

Solução informa sobre quedas de raios, possibilidade de enchentes na região em que está e orienta o que fazer nessas situações

Trabalho que resultou na criação de um aplicativo capaz de fornecer aos usuários de smartphones informações precisas sobre a ocorrência de chuvas intensas é o vencedor do Prêmio Péter Murányi 2019, edição Ciência & Tecnologia, conforme decisão do júri, realizado no dia 5/2/19. Coordenado por Luiz Augusto Machado e Eduardo Guarino, o App “SOS Chuva” oferece aos usuários acesso a radares meteorológicos que monitoram todo o território brasileiro.
Iniciado em 2013, o projeto foi criado para reduzir a vulnerabilidade de moradores da região de Campinas (Interior de São Paulo) a eventos climáticos extremos, dando-lhes a oportunidade de planejar ações para que sejam reduzidos danos materiais e físicos a essa população. Posteriormente, o alcance da ferramenta tornou-se nacional.
Integrado a estações responsáveis pela previsão do tempo em todo o Brasil, o serviço permite o monitoramento do clima em tempo real, visualização de satélites e o compartilhamento de informações sobre o clima em determinadas regiões e como os moradores destas localidades devem agir em caso de enchentes, além de informar quantos raios podem cair em um determinado perímetro em um espaço de cinco minutos.
Para a presidente da Fundação Péter Murányi, Vera Murányi Kiss, entidade organizadora do evento, o resultado da votação evidencia o poder da informação para a melhoria da qualidade de vida das populações.  Leia mais

08 fevereiro 2019


Google lança ferramenta para busca de eventos

Funcionalidade está disponível apenas para smartphones, nos sitemas operacionais Android e iOS. Se usuário estiver usando conta do Google buscas são personalizadas

Google anunciou nesta quinta-feira (7/2/19) a funcionalidade de busca por eventos no navegador. 
Ao pesquisar alguns termos na busca, o usuário terá acesso a uma lista de sugestões de atividades, shows, concertos , entre outros.
Já disponível nos Estados Unidos, o recurso chega agora ao Brasil e está disponível para uso apenas em navegadores mobile, em smartphones com sistemas operacionais iOS e Android. Por aqui, as buscas trazem resultados de sites como Catraca Livre, Ingresso Rápido e Sympla.
Para testar, o Google sugere buscas por termos como “eventos no Rio amanhã", "festas em Salvador", "eventos em São Paulo" ou "shows no fim de semana". É possível também filtrar os eventos por data ou por geolocalização.
Segundo um post no blog da empresa, a empresa ainda afirma que é possível personalizar as buscas, caso o usuário esteja logado em sua conta do Google no navegador Chrome. 
"Neste caso, você precisa fazer login em sua conta e escolher compartilhar histórico de busca 
com o Google", diz a empresa.  Fonte: G1 Portal de Notícias

Google lança ferramenta de busca para dados científicos

Plataforma Dataset Search foi desenhada para facilitar o acesso a conjuntos de dados dispersos em milhares de repositórios

Voltada especialmente para a comunidade acadêmica, uma nova ferramenta de busca lançada pela Google promete facilitar o acesso de pesquisadores a conjuntos de dados científicos que atualmente estão pulverizados em milhares de repositórios online mantidos por instituições de pesquisa.
Lançada em setembro, a ferramenta, chamada Dataset Search, ajuda pesquisadores a encontrar facilmente os dados completos de estudos disponíveis em repositórios dos mais variados tipos – como sites de editoras, agências governamentais e instituições de pesquisa, em bibliotecas digitais e em páginas pessoais de cientistas, por exemplo.
A empresa já havia lançado um serviço voltado para a comunidade científica, o 
Google Scholar – em português Google Acadêmico –, que é uma ferramenta de busca de artigos e relatórios de pesquisa. Havia demanda, porém, para um sistema de busca específico para dados, já que, segundo a empresa, “no mundo atual, cientistas de muitas disciplinas e um número crescente de jornalistas vivem e respiram dados” e eles estão dispersos na internet. 
Bons resultados
A nova ferramenta será de grande importância para a ciência, especialmente em áreas que utilizam grandes volumes de dados, segundo o professor Marcelo Finger, chefe do Departamento de Ciências da Computação do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade de São Paulo (USP).“É surpreendente que a Google, que lida com um público da ordem de bilhões de usuários, lance mais uma ferramenta voltada para a comunidade científica, que é um público numericamente limitado. Mas ela será sem dúvida muito importante para a comunidade”, disse Finger.Convidado por Direto da Ciência para testar o Dataset Search, Finger – que é um dos coordenadores da área de Ciência e Engenharia da Computação da Fapesp – considerou a ferramenta útil para aumentar a disponibilidade de dados.“Fiquei bem impressionado e cheguei a recomendar para um aluno. Ainda há algumas limitações – notei, por exemplo, que quando se faz uma busca só aparecem os dez primeiros resultados. Mas, do ponto de vista científico, para quem desenvolve trabalhos com bases em dados, já é muito útil. A disponibilidade de dados é fundamental para a ciência, porque permite elevar o grau de reprodutibilidade das pesquisas”, disse Finger. 
Maior disponibilidade de dados
O pesquisador diz acreditar que o Dataset Search crescerá rapidamente. “Quem possui dados de pesquisa em um repositório, ou é responsável por uma biblioteca de dados online, vai se interessar por tornar seus dados mais disponíveis e por indexá-los na ferramenta”, afirmou.Natasha Noy, pesquisadora em inteligência artificial da Google, divulgou que a empresa estimulará fornecedores de dados a adotarem o padrão aberto desenvolvido pela empresa para descrever as informações relacionadas a seus dados, aos metadados e à própria instituição que os produziu.“Desenvolvemos diretrizes para que os fornecedores de conjuntos de dados descrevam seus dados de uma forma que o Google possa entender melhor o conteúdo das páginas: quem criou, quando foi publicado, como os dados foram coletados, quais são os termos de uso, etc.”, disse a pesquisadora no 

Blog da Google“Notei que, além de dar acesso aos conjuntos de dados, a ferramenta também indica artigos da literatura científica que mencionam, utilizam, ou descrevem esses dados. Acredito que será de grande utilidade em todas as áreas do conhecimento – biologia, linguística, física, oceanografia e assim por diante. Minha área de pesquisas, em processamento de linguagem natural, vai se beneficiar muitíssimo”, afirmou Finger.Segundo Natasha Noy, a ferramenta foi lançada com foco em dados de ciência ambiental, ciências sociais e de pesquisa governamental, mas a quantidade de conjuntos de dados disponível aumentará continuamente à medida que o serviço se torne mais popular.“Esse tipo de busca tem sido um sonho para muitos pesquisadores nas comunidades de dados abertos de ciência”, disse ao blog da Google o chefe da área de dados da agência Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), Ed Kearns.“Para a NOAA, cuja missão inclui o compartilhamento de nossos dados com outros cientistas, essa ferramenta é chave para que tornemos nossas informações mais acessíveis para uma comunidade de pesquisadores cada vez maior”, disse Kerns.  Fonte: Direto da Ciência